PARA O MEU PAI...

Que amo muito!
Venho aqui, pai...
Te dizer...
Que sempre estás...
E estarás no meu pensamento!
Sabes o quanto converso contigo...
Quantas perguntas te faço!
E tu me respondes...
Me fazendo a chegar a conclusões!
Sempre paciente com minhas traquinagens...
Não gostavas quando a mãe precisava ser durona!
Mas, ela também sofria, chorava pelos cantos...
Tudo foi preciso para educar cinco filhos!
E tu pai, só tu, para aguentar o meu grude...
Mexendo nas tuas ferramentas, martelando tudo!
Até já estavas acostumado, me chamavas para
te alcançar, chaves de fenda, parafusos etc. e tal.
Mas eu aprontava, fui lavar o carro contigo, enquanto
tu tiravas o sabão, eu ensaboava, tu nunca terminavas,
até te dares conta que já tinha dado três voltas no carro.
Mas, a tolerância e a paciência se superavam sempre.
Lembras quando fomos visitar a tia Lélia? Tu a mãe e eu?
Fomos para visitar a tua irmã, almoçamos, e eu fui brincar
no quintal da casa, mas...tinha um cachorro muito chato,
que corria atrás de mim, o tal de Tupi. Eu corria dele, tinha
medo que me mordesse, era um Fox metido a besta que latia
feito louco. Mas pra quê, chegou uma hora que me irritei com
o cachorro porque não me deixava brincar...VIREI BICHO, depois
de correr trocentas voltas na casa fujindo do cachorro, eu parei,
com cara de irritada olhei pra ele e fiz: au, au...e comecei a
correr atrás dele até a hora de ir embora.
Chegando em casa, toca o telefone era a tia Lélia e perguntou
pra minha mãe: O que foi que a Maysa fez com o Tupi?
Ele não quis comer, nem beber, está mortinho, nem se mexe.
Traz a Maysa mais vezes aqui, para acalmar o Tupi...
A mãe contou a história pra todo mundo e meu pai dava
gargalhadas, já imaginava o cansaço que dei no cachorro.
Mas isto, eu era pequena, tudo que fazia, era correndo,
se, ia na cozinha beber água, era correndo.
O tempo passou, fiquei mocinha e meus laços com meu
pai e mãe aumentaram mais ainda.
Vim para falar do pai, mas não consigo separar os dois,
pois fazíamos tudo juntos, mas vou me esforçar e falar
somente do meu pai.
Meu pai foi companheiro para todas as horas
e sofria conosco, com lágrimas no rosto, as dores
do parto de cada filha.
Dia dos Pais são todos os dias, mesmo que já tenha
partido desta vida, para outra.
Então, meu pai, pra mim...
Nunca te foste, nem me deixaste...
Estamos vivos no mesmo universo, de formas diferentes,
não existem barreiras, nosso amor é maior e ultrapassa o
que para alguns parece impossível.
Pai...esta foi somente uma conversinha exposta, ainda
conversaremos muito, eu aqui e tu...onde estás, um beijo
e um abraço apertado da filha que te ama como pai
e grande amigo!...
Maysa Barbedo
Enviado por Maysa Barbedo em 09/08/2008
Código do texto: T1120877
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