De todas as perdas

Perdas

Cada filho que morre no mundo, conhecido ou não, leva um pedaço de vida de cada mãe.

A cada morte de uma criança ou adolescente, não importa o que se pense dele, todos os corações maternos sofrem, como se a perda fosse deles, como se o filho fosse um pouquinho de cada uma.

Às vezes, nós não notamos, uma lágrima ficou ali, presa ou solta, guardada ou correndo pelo rosto, como se cada filho fosse “filho comum”.

Mesmo que as mães não se conheçam, ou, se conhecendo, não convivam próximas, mesmo que do outro lado do mundo, do outro lado das idéias. Do outro lado das crenças, cada mãe é, perante a criação, mãe de todos os filhos do mundo.

Devia ser proibido filhos morrerem antes dos pais, por qualquer motivo. A natural seqüência da vida, não importa a idade, a religião, o país, deveria seguir a lógica. Primeiro morrem as sementes, para depois morrerem as flores. Nunca ao contrário, nunca.

Primeiro morrem os pais, depois os filhos, seja como for, seja para o bem ou para o mal. Seja para curtir ou para sofrer a vida, os filhos devem ter o direito de criar seus filhos e de morrer antes deles.

Muitas vezes a mãe se descuida dos seus filhos, pelo trabalho, pelo casamento, pela vida e cada descuido deveria ser suprido pelas muitas outras mães. Ninguém está livre de se deixar envolver pela vida, mas, a cada perda, todas as mães do mundo devem cuidar umas das outras e dos seus filhos comuns.

nadiaestrela
Enviado por nadiaestrela em 08/12/2008
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