***TODOS OS DIAS SÃO NOVOS***

Nara Pamplona

Penetrando no mundo da reflexão, uma indagação invadiu meu espírito
Qual a razão que motivou a criação humana de Ano Novo, como se todos os dias não fosse os mesmos,
As horas não transcorressem normalmente
E todas as nossas atividades não integrassem o nosso cotidiano!

A resposta veio célere e firme, com uma sensação de amor invadindo meu ser
E como sussurros suaves e meigos nos meus ouvidos, ouvi uma doce e amiga voz a dizer-me:

Essa visão imaginária do Homem representa uma forma de tentar resgatar seus erros no decorrer daquele que para ele supostamente passou, talvez buscando burilar seus atos e comportamentos que julge não terem correspondido aos seus anseios de paz, realizações, anseios, e humanidade...

Quando, na verdade, todos os nossos dias iniciam com um abençoado amanhecer, sinalizando a possibilidade de novas conquistas, vitórias, e crescimento interior, a qual, infelizmente, é relegada diante quaisquer agruras ou dificuldades que se colocam no caminho, como uma necessidade de aprendizado para ingresso em escala superior de conhecimento e aprimoramento.

É salutar e benéfica essa ilusão, mas sem que permitamos que ela nos conduza ao esquecimento quanto a nossa responsabilidade diária de fazer com que cada dia se torne um marco que nos induza à semeadura da união, da compaixão, da solidariedade, e, principalmente, do perdão!

Portanto, comemoremos sim, mas o renascer de um novo dia, vivenciando-o com a alegria festiva própria daqueles que o fazem produtivo em bondade, caridade, e amor ao próximo, irradiando-os entre os que nos rodeiam, sem quaisquer distinções de parentesco, amizade, credo, e raça.

Que Deus nos abençõe, fortalecendo ainda mais a nossa fé, cubrindo-nos com suas bençãos de luz e seu manto protetor de misericórdia e compaixão por nossos erros e desacertos, iluminando nossos espíritos para que não recalcitremos e descubramos novas fontes de sabedoria.

Rio, 28/12/2005