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Muito Tempo Depois  Terça-feira, Março 22, 2005


Apesar de toda energia concentrada em minhas veias, apesar de toda alegria armazenada em meu coração, apesar de toda minha vontade de escrever todos os dias, a ansiedade, por não poder fazer nada durante este período de tratamento, engole as minhas horas e me traz uma sensação de inutilidade dos meus dias.
Mesmo assim, não me permito ficar triste ou com medo. Respiro fundo e deixo fluir os pensamentos de reconstrução de uma nova fase de minha vida.
Não é fácil, mas é preciso.
É preciso manter acesa a chama da vida através da esperança, através da serenidade. É preciso alimentar a fé em Deus, a cada segundo, para seguir em frente. É preciso olhar com coragem para o mundo que me espera. É preciso estar inteira para que as rachaduras não me causem vergonha, não me encham de culpas e não destruam a certeza de que sempre vale a pena viver.
Nada ou ninguém pode ajudar, a não ser eu mesma.
Para isso, permito-me jogar fora tudo que entristece minha alma e sobrevivo das boas palavras, das boas amizades, principalmente, do amor e aconchego de minha família.
E é assim que deve ser. E é assim que tem que ser