A quem conhecemos?

Muitas pessoas possuem o hábito de construir uma outra imagem de si mesmo. Uma imagem não condizente com o que realmente existe. Apresentam palavras que não são suas, pensamentos que não são seus e constroem, desse modo, uma outra face. Criam um segundo rosto que não passa de ilusão e isto impede que mostrem quem são.

Conhecemos nossos parceiros? Nossos amigos? Quem está ao nosso redor?

Nem sempre são verdadeiras as palavras, as idéias, os sentimentos que julgamos existir numa segunda pessoa. Nem todos são o que demonstram ser. Muitas vezes não passam de imagens falsas, criadas para enganar e tentar mostrar perfeição onde não existe. Esta prática mostra um ser humano hipócrita e faz inexistente a verdade em seu ser. Conservando faces mentirosas, muitos enganam as pessoas ao seu redor e impedem que alguém conheça o seu íntimo, o seu lado real, a sua verdade. Pessoas vivem uma vida inteira, julgando conhecer quem nunca se mostrou. Respeitando alguém que não existe e sendo enganadas por quem sempre mentiu. As pessoas ilusórias não vivem sua vida, camuflam uma trajetória, vivenciam um desface e não deixam sementes da verdade. Os frutos que deixam são secos, pois a mentira os impossibilitou de florescer e frutificar. No futuro, a pessoa real, a face verdadeira não deixará marcas, será como se nunca tivesse existido e não ficará, nem mesmo, a solitária lembrança de um alguém. Pois este alguém nunca apareceu, nunca se revelou. Viveu de mentiras, deu seu espaço para uma pessoa irreal viver. Não se mostrou... não existiu!

Autor: Ranovi Vieira

Nonato Costa
Enviado por Nonato Costa em 02/05/2006
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