PAZ
Como me escapam as palavras boas
para falar do poeta,
e ele já não quer “dicionários
consultados em ‘vão’ ”,
conformo-me em dizer
que ler Drummond
é dar à mente asas pra ir aos céus;
é buscar um “sol, dentro do qual”
se possa viver, “todos em comunhão,
mudos, saboreando a palavra
que nunca está nos dicionários
nem pode ser inventada”,
é bebê-la em bica eldorada,
para silenciar dores e elegias;
ler Drummond
é oferecer à alma, refrigério.