Agregar pessoas...

Paulo, desconfiado, diz a Francisco:

- Acho que o Haroldo não gosta de mim, sequer me cumprimenta e quando o faz é sempre com o semblante de obrigação.

Sorridente, guardando a tranqüilidade das almas generosas, responde Francisco:

- Creio que estás enganado, o Haroldo é apenas tímido e luta para vencer essa timidez, ontem mesmo elogiava tua postura serena e me disse que é grande admirador seu.

- Verdade?! – Perguntou Paulo com misto de admiração e alegria.

- Verdade! Respondeu Francisco.

Desde então a postura de Paulo ante a Haroldo modificou-se, se antes considerava que Haroldo sequer lhe suportava, agora sabe que ele é apenas vítima da timidez, começou a dispensar-lhe atenção, e a partir disso surgiu uma grande amizade.

Tudo graças as palavras sóbrias de Francisco.

Se ao invés de apaziguar ele tivesse colocado lenha na fogueira da desconfiança do colega, provavelmente Haroldo e Paulo não teriam se aproximado, pelo contrário, teria surgido uma rivalidade inoportuna e prejudicial à ambos.

Esse fato é corriqueiro, todos os dias milhares de pessoas, inseguras e ingênuas consideram-se perseguidas.

Criam fantasmas por conta própria e comentam com outros colegas.

Há os que colocam lenha na fogueira da discórdia e alimentam um duelo inoportuno, envenenam apenas para como vulgarmente se diz “Ver o circo pegar fogo”.

Comumente exclamam frases:

- Cuidado, ele pode lhe puxar o tapete.

- Ou:

- Não deixe barato, se houver desfeita revide na mesma moeda.

- Ou:

- Bem que percebi, ele não vai mesmo com sua cara!

Contudo, há os que têm o sublime prazer de ver a paz sedimentada, agregam pessoas fazendo a união de criaturas que poderiam ser inimigas.

Estão sempre levando a palavra amiga e incentivadora a comentar com alegria:

- Gostaram de seu trabalho!

- Sabe que Paulo é seu admirador!

- João gosta muito de você, aproxime-se dele.

Estes trazem consigo o prazer de ver o amor por onde passam, apaziguam, e têm sempre um discurso sereno para auxiliar que se desfaça um mal entendido.

Todos os dias nos deparamos com fatos assim, a escolha de agregar pessoas é nossa.

Podemos espalhar fofocas provocando desavenças.

Ou:

Distribuir amizade unindo pessoas.

Se espalharmos fofocas desunindo criaturas, colheremos os frutos de nossa sementeira desastrosa que muitas vezes resultará em dolorosa sensação de solidão e desprezo.

Todavia, se unirmos criaturas, transformando nossos amigos em amigos de outros amigos, estaremos ampliando laços de afeto a criar vínculos de amor que irão perdurar pela eternidade, trazendo-nos agradável sensação de bem estar de quem semeou a paz.

Pensemos nisso!

Wellington Balbo
Enviado por Wellington Balbo em 22/05/2006
Código do texto: T160676