O BARQUEIRO E O SÁBIO

Lúcia Ordoñez

Certa vez, um sábio muito orgulhoso atravessava de barca um largo e belo rio.

Enquanto olhava o panorama, conversava com o barqueiro, que ao seu lado remava.

Então, meu jovem, você sabe alguma coisa? Perguntou-lhe o sábio.

Mais que depressa o barqueiro lhe respondeu: Eu? Sei remar, sei nadar e sei rezar.

Mas você não sabe filosofia, meu jovem?

Nunca ouvi falar nisso, respondeu o barqueiro.

Então você não estudou física, matemática, astronomia e gramática?

Para todas essas perguntas o barqueiro só tinha uma resposta. Não.

Então meu caro você já perdeu três quartas partes de sua vida, concluiu o sábio.

Navegavam eles, detraídos com a conversa, sem perceber que a barca avançava na direção de um rochedo. Houve um choque violento e a barca começou a afundar.

O barqueiro lançou-se na água e chegou exausto ao outro lado do rio.

O sabichão, aterrorizado, sem saber o que fazer gritou para o barqueiro pedindo-lhe socorro.

Seu sábio, o senhor não sabe nadar?

Não.

Então reze, retrucou o barqueiro.

Rezar! Rezar o que? Eu não sei fazer isso?

Ah seu sábio, então não tem jeito. O senhor perdeu a vida inteira.

Reflexão.

O que aconteceu com o sábio, poderá também acontecer com todos que se orgulham da ciência e vive como se Deus não existisse. O conhecimento é necessário, contanto que caminhe com a fé. Com razão afirma Santo Agostinho: “ DESDITOSO O HOMEM QUE TUDO SABE, MAS NÃO VOS CONHECE, SENHOR!”

Menestrel do Amor
Enviado por Menestrel do Amor em 12/06/2009
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