Mofo...
A solidão dos momentos, das noites impróprias na imensidão do lençol em desalinho. Fagulhas do nada em tapetes aquecidos pela sensação do anonimato.
Ninguém conhece a ira de um desconhecido, do sorriso que se faz pranto nas horas insanas do travesseiro dolorido. Vozes silenciadas, acorrentadas em paredes verbais de uma rocha festiva. Tu não sabes sobre o silenciar dos pensamentos, das agruras de um sorriso desfeito, refeito, imperfeito.
Percurso desfeito na escuridão de olhos vazios, brilhantes e desejosos da finitude de dias iguais, de tardes exageradamente adocicadas, enjoativas.
A poeira infesta o móvel desprezado, a agonia impera no ambiente laminado, fisicamente cortante e sangrento.
Pinceladas confusas em marmitas geladas, fruto de dias em abandono, de fome inexistente nos viadutos decadentes, fatalmente demolidos em noites reais.
Palpita o relógio, marcando horas distantes no anonimato de um sepulcro ocupado, fétido e pesaroso.
Almas vagando em busca de pretensas vítimas fantasiadas de purpurina. Pedais deslocados no acorrentar constante de espelhos ilusórios, imagem e dor, sorrisos e lágrimas, músicas serenas em espíritos perturbados e fraquejantes...
Peças únicas em museus abandonados, obras perdidas e irrecuperáveis...