Reflexões Sobre o Amor

REFLEXÕES SOBRE O AMOR

O Espiritismo explica que no início de sua evolução predomina no homem os instintos; à medida que evolui surgem as sensações; mais instruído, aparecem os sentimentos - ponto básico para a eclosão do amor.

Dessa forma, podemos analisar os sentimentos que advêm das tendências eletivas e o das afinidades familiares. Na primeira situação estão as expressões complexas do desejo, do sensualismo; no outro se sedimenta a fraternidade e o enlevo conjugal numa mágica simbiose quimioeletromagnética na essência do ser.

Na questão 938-a do Livro dos Espíritos lemos que "A natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem".

O amor deve ser o objetivo principal para o roteiro humano em conquista da paz na sua expressão máxima. Porém, muitas vezes o nosso sentimento é simplesmente querer e tão-somente com o "querer", desfiguramos, impensadamente, os mais belos projetos de vida.

Alguns estudiosos chamam de "amor" a resultante de uma certa reação química comandada pelo cérebro. Nessa situação destaca-se a Feniletilamina produzida pelo organismo sempre que existe uma atração sexual intensa. A dra. Hellen Fischer, estudiosa do tema, afirma que o romantismo tende a desvanecer-se em pouco tempo. Para ela existe ainda outra substância relacionada ao "amor"; a Oscitocina, que sensibiliza os nervos nas contrações musculares, mas o efeito dessas substâncias é pouco duradouro, resultando nas separações entre os casais, por isso o grande número de divórcios. (sic)

Nesses arrazoados profundamente mecânicos os "especialistas" propõem uma análise dos sentimenrtos apenas como resultante de um amontoado de forças nervosas, movimentando células físicas, regidas pela combinação de substâncias hormonais. É totalmente ilógica essa questão de subestimar o livre-arbítrio do ser que pensa, culpando apenas os processo de combinações neuropsicoquímicas para o "arrefecimento do amor".

Nos dias de hoje, fala-se e escreve-se muito sobre o sexo e pouco sobre o amor. Certamente porque esse sentimento não se deixa decifrar, repelindo toda tentativa de definição. Por isso, a poesia, campo mítico por excelência, encontra na metáfora a tradução melhor da paixão como se esta fosse o amor.

Segundo o psiquiatra William Menninger "o amor é um sentimento que a gente sente quando sente que vai sentir um sentimento que jamais sentiu". Entendeu?...Nem eu!

Esse vazio conceitual se deve à dificuldade de manifestação de solidariedade e fraternidade no mundo de hoje. O desenvolvimento dos centros urbano criou a síndrome da multidão solitária. As pessoas estão lado a lado, mais suas relações são de contiguidade.

A paixão é exclusivista, egoista, dominadora, é predominantemente desejo. Para alguns pensadores, esse sentimento é a tentativa por capturar a consciência do outro, desenvolvendo uma forma possessiva onde surge o ciúme e o desejo de domínio integral da pessoa "amada".

O legítimo amor é o convite para sair de si mesmo. Se a pessoa for muito centrada em si mesma não será capaz de ouvir o apelo do outro. Isso supõe a preocupação de que a outra pessoa cresça e se desenvolva como ela é, e não como queiramos que ela seja. O amor representa a liberdade, e não o paranóico sentimento de posse. É a lei de atração e de todas as harmonias conhecidas, sendo a força inesgotável, que renova-se sem cessar e enriquece ao mesmo tempo quem dá e quem recebe.

(Jorge Luiz Hessen)

( do livro do mesmo escritor: "Luz na Mente")

Abraços,

Marilú

Marilu Santana
Enviado por Marilu Santana em 18/05/2005
Código do texto: T17809