Todo Mundo e Ninguém

Dois amigos chamados Todo Mundo e Ninguém, resolveram se encontrar para debater assuntos importantes como família, perspectivas e objetivos de vida.

Todo Mundo é individualista, materialista e acredita que os fins justificam os meios;

Ninguém é altruísta, tem capacidade considerável de empatia e acredita poder contribuir para alcançar um mundo melhor.

Todo Mundo quer sucesso;

Mas, Ninguém quer fazer sacrifícios para alcançá-lo;

Todo Mundo almeja felicidade;

Mas, Ninguém entende que conquistá-la é tarefa interminável;

Todo Mundo quer ser rodeado por bilhões de amigos;

Mas, Ninguém se importa em compreender e aceitar aos outros;

Todo Mundo é vaidoso e precisa de elogios;

Mas, Ninguém se dispõe a admirar os outros;

Todo Mundo diz ter responsabilidade;

Mas, Ninguém quer assumir os próprios erros;

Todo Mundo exige seus direitos;

Mas, Ninguém entende que possui também, suas obrigações;

Todo Mundo quer a glória;

Mas, Ninguém aprende com os fracassos;

Todo mundo deseja ter cada vez mais;

Mas, Ninguém prioriza ser cada vez melhor;

Por fim, Todo Mundo quer mudar os que estão a sua volta;

Mas, Ninguém reconhece seus erros e respeita os outros como eles são...

Ao término da conversa, os amigos partiram, cada um para um lado, certos de que Todo Mundo quer ter razão e ser dono da verdade; enquanto Ninguém quer apenas fazer sua parte e zelar pela justiça.

E aí, com qual dos dois o leitor se identificará?

Nota: Lembrei-me de um exercício de interpretação de texto, onde se tinha que analisar o trecho do Auto da Lusitânia, do escritor Gil Vicente, no qual havia este jogo de palavras com os termos Todo Mundo e Ninguém. Resolvi então, fazer uma adaptação com o mesmo jogo de palavras, colocando as minhas idéias no intuito de criticar a inversão de valores... Espero que tenha me saído bem!

Lilly Soares
Enviado por Lilly Soares em 16/09/2009
Reeditado em 16/09/2009
Código do texto: T1813438
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