Afabilidade que alimenta a esperança

Prólogo:

Inspirado no cap. 6, do livro Como fazer amigos e influenciar pessoas, de Dale Carnegie, ed. Companhia Editora Nacional. Este texto também foi publicado na Redação do Momento Espírita.

Ser agradável contagia e derruba qualquer cenho carregado, qualquer mau humor momentâneo, sofrimento da alma, degradação humana. Numa sociedade onde tantas palavras desagradáveis correm soltas aqui e ali, onde tantas reclamações e xingamentos, no trânsito principalmente, incendeiam os ânimos e machucam as almas, faz-se importante aprender a ser educado.

É ótimo ser sempre agradável independente da situação que estejamos vivendo, independente de como estamos sendo tratados e recebidos, independente de nossa saúde debilitada ou mesmo das decepções que vivenciamos.

Agindo assim, com afabilidade, filtramos o ambiente pesado do mundo, das relações interpessoais, e espalhamos o perfume da fraternidade que alimenta a esperança.

Tal comportamento traz sempre frutos bons e surpreendentes, pois representa, em sua essência, a fraternidade, a riqueza do amor, a grandeza do ser à semelhança do divino. Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que o outro morra.

Só os néscios esperam e acreditam que bebendo o amargo fel da descortesia estarão se vingando de uma malíssima interpretada ofensa. Só os acometidos de retardo mental e atraso intelectual profundo, com ausência de linguagem e por vezes acompanhados de malformações físicas crêem gerar benefícios um comportamento descortês.

“... Pessoas ruins, interesseiras, pobres de espírito, maquiavélicas, se misturam aos bons para exercerem sua sanha incontrolável. Há muita gente parecida com pessoas de bem, na aparência e na linguagem, mas são as obras de justiça e santidade quem revelam os verdadeiros e notáveis por suas ações benfazejas...” (Texto: “O Joio e o Trigo têm destinos diferentes” – Publicado no Recanto das Letras).

“... Afirmo que é necessário aprender a amar, porquanto o amor também se aprende. Vivemos em um mundo sofrido, desnaturado, onde as provações são cada vez mais difíceis de serem suportadas pelos que não têm a realização do sentimento que se liberta do egoísmo, que se transmuda em compaixão, em solidariedade, em amor sem medo da culpa, em compreensão.

Todos sabemos que: "o amor é um tesouro que mais se multiplica à medida que se reparte" (Citação), entretanto, digladiam-se os familiares, as famílias, os esposos, os amantes, os amigos, os patrões com os seus empregados, e até os que se desconhecem na busca irreprimida das realizações pessoais, alicerçadas na parvoíce, na cupidez provocada pelos objetivos irrealizados ou fracassos desmedidos, obliterantes, infames, interpessoais...” (Texto: “Resposta a uma cisão” – Publicado no Recanto das Letras).

A condição humana ainda está em evolução e por isso não é fácil aceitar uma ofensa e conceder o necessário perdão. É muito difícil cultuar a afabilidade que alimenta a esperança.