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elizAnoNovo... 
 

... aos que transformaram seus corações em um lindo e aconchegante presépio para acolher o Deus Menino; e aos que se perderam vendo o tempo correr lá fora e não perceberam o brilho da estrela anunciando a chegada do Salvador ...

 
... aos que cultuaram seus mortos, no dia da saudade, secando as lágrimas dos que sofrem e semeando esperança nos campos ainda férteis de dor; e aos que cegos pela dor não viram que a vida continua e que precisam plantar novos campos onde a vida florescerá...
 
... aos que não tem medo de liberar a criança que há em si e voam nas asas dos sonhos, transformando as nuvens em flocos de algodão doce que alimenta suas fantasias de adulto e reafirma sua condição de filho do tempo e herdeiro da eternidade; e aos que, com medo de cair, não sobem no topo da árvore da vida para colher seus melhores frutos e usam pedras para destruir os castelos recheados de sonhos...
 
... aos que reverenciaram a independência tecendo a bandeira da liberdade com os delicados fios da linha do horizonte; e aos que acorrentados aos seus medos constroem calabouços onde enterram suas vidas...
 
... aos que construíram para seus pais um ninho de amor e respeito onde eles podem descansar sobre os suaves colchões dos anos bem vividos recostados na serena certeza de que a vida se renova nas sementes do bem que plantamos; e aos que desconhecem o sentido da família e refugiam-se em abrigos protegidos pelos muros do egoísmo...
 
... aos que aproveitaram suas férias para pintar o 7 com as cores do arco-íris e formar uma bela aquarela de amor, paz, solidariedade, fraternidade, justiça, liberdade e fé; e aos não tem tempo de viver o hoje por que estão preocupados com o amanhã...
 
... aos que dançaram em volta da fogueira e não se deixaram queimar pela vaidade; e aos que jogaram a ética nas labaredas da corrupção queimando possibilidades de um novo tempo...
 
... aos que fecundaram a esperança, numa gravidez ávida de sonhos por uma sociedade mais equânime e não temeram perder a forma por carregar dentro de si o sêmen  da verdade; e aos abortaram as sementes do bem deixando que o sangue da violência escorresse pelos rios da insegurança e desigualdade...
 
... aos que comeram chocolate brincaram com coelhos, mas não esqueceram que o ovo da transformação precisa ser chocado dentro de cada um de nós para que um dia possamos ser capazes de amar o outro como a nós mesmos e assim possamos renascer em Cristo; e aos que esqueceram de perdoar e condenaram sem ouvir, impondo aos inocentes a pesada cruz da injustiça...
 
... aos poetas que teceram sonhos com palavras e acreditaram na força da escrita, extraindo beleza dos momentos mais incertos, traduzindo os enigmas do universo em poemas de amor e aquelas que trazem em si à alma de todas as mulheres e na sua aparente fragilidade carrega a força nascida na felicidade; e aos que desvirtuaram as palavras em rimas profanas de ódio e desamor...
 
... aos que bailaram nos salões deste universo, sem máscaras, e transformaram suas fantasias em belos espetáculos onde a vida é o grande regente e o amor sempre dá o tom; e aos que travestidos de mentiras desfizeram a harmonia da grande dança da verdade...
 
... aos que comemoraram o dia de reis sem petulância, soberba e, humildemente, reconheceram Deus como grande arquiteto do universo; e aos que em sua arrogância consideram-se deuses...
 
Feliz Ano Novo a quem acredita e a quem deixou de acreditar, porque todos os dias, todos os meses é sempre tempo de [re] começar... 
 


Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 30/12/2009
Reeditado em 03/02/2011
Código do texto: T2003529
Classificação de conteúdo: seguro
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