PARÁBOLA DA CANETA

Estava um sábio refletindo sobre a vida. Tinha nas mãos uma caneta, mas na mente nada que pudesse escrever sabiamente. Refletiu, meditou... O sol se pôs... A escuridão da noite se fez... O sol raiou... E tudo estava coma estivera. Nada a escrever. Mas o sábio não parava de meditar na vida. Ia desistir, mas de repente, ao soltar a caneta, arregalou os olhos surpresos e exclamou em sua alma:

- É isso!!!! Como não percebi a mais tempo?!?!?

Pôs então a escrever...

A caneta é muito importante na vida do ser humano. Houveram canetas no passado que não eram como as de hoje, mas registraram a história da humanidade. Há diversidade de modelos e variados efeitos de cores na sua obra.

Uma caneta escreveu coisas muito ruins, registrou fatos tristes e trágicos. Contou estórias falsas que agrediu muitas pessoas. Gerou inimizades ao registrar falsos testemunhos. Manchou páginas importantes para vida de outrem e rasurou registros de alegria e felicidade de terceiros. Fez toda sua obra de maldade e sucumbiu no tempo determinado pelo seu intenso uso enquanto sua tinta se esvaziava.

Outra caneta escreveu coisas boas e também más. Conforme era utilizada proporcionou alegrias e tristezas. Escreveu erros e acertos. Registrou nascimentos e mortes. Assinou cheques, contratos e também obras poéticas. Gastou sua tinta até o fim fazendo algumas pessoas amigas e outras inimigas. Foi lançada fora por não mais poder servir e ter-se acabado seu tempo pré-determinado.

Outra caneta escreveu só coisa boa. Poesias bucólicas, cartas de amor, textos de auto-ajuda. Registrou a sabedoria dos sábios. Marcou a amizade entre pessoas. Assinou liberdade nas prisões, casamentos, nascimentos, contratos de trabalho, tratados de paz, conciliações judiciais. E a caneta, também como as outras, esgotou sua tinta abençoadora e sucumbiu. Foi lançada fora por não ter mais como ser útil. Seu tempo pré-determinado se esvaiu com o fim da sua tinta.

Houve uma caneta que igual às outras estava disponível com sua carga de tinta completa. Não escreveu, não registrou, não marcou... Não se esvaiu nem uma gota de sua tinta para bem ou para mal. Nasceu... Sem obra ficou... Morta, inútil. Ninguém a conheceu... Sua tinta se secou... Foi lançada fora, cheia, seca, sem vida.

Assim também e a vida do ser humano. Uns fazem o mal, outros oscilam entre o bem e o mal, outros (poucos na verdade) só fazem bem. Há também os que nada fazem, passam a vida em branco sem marcar sua passagem pela vida.

Pense nisso: “A vida é um dom que Deus nos dá!”.

Não podemos desperdiçá-la nem apagá-la simplesmente por medo de errar.

E você? Que tipo de caneta quer ser?

O Sábio feliz em sua alma guardou sua caneta para escrever sua próxima obra.