AMAS-ME?
 
 
O Amor é o tema mais falado na Bíblia. Se houver necessidade de definirmos em uma mensagem única a Palavra de Deus, poderíamos chamá-la de AMOR. O texto mais conhecido para os que crêem em Jesus Cristo é Jo 3:16, que revela o propósito de Deus na Sua eternidade. Na língua Grega (Gr) extra-biblica existiam várias palavras para definir as formas de se amar, de se expressar esse sentimento tão precioso, mas o Grego Koiné usou com maior freqüência quatro: Erao (amor apaixonado), Strogeo (amor cordial), Phileo (amor de amigo, amor fraternal, amor afetivo) e Agapao (amor de relacionamento entre seres humanos e entre Deus e o homem). Os dois últimos tiveram uma grande apresentação nos textos neotestamentário.
 
O Ágape revela a entrada dos filhos no Reino de Deus com um novo modo de vida, oferecida a partir dos que se tornassem servos do Rei Jesus. A atividade de Cristo no homem era manifestar o amor (ágape) e a misericórdia. Ele era, é e será Aquele que verdadeiramente ama e nos ensina a amar. Porque o Pai que é a Fonte desse Amor Lhe entregou todo poder e autoridade (Jo 3:35).
 
Se o Amor de Deus Lhe custou o que era realmente o mais caro (Jo 3:16), então, ao discípulo também será aplicado (1 Pe 1:22). Um crente é um pecador amado por Deus, mas quando ele reconhece o amor de Deus ele se torna um Crente amoroso (Rm 5:5; 15:30). O crente é, pelo amor de Cristo manifestado em nós, a nova criação de Deus.
 
Muitas vezes estamos vivendo o amor fraternal, que é uma ótima iniciativa, mas devemos desejar a excelência a fim de alcançarmos o nível de amor mais profundo. O que pode acontecer no momento de transição?
 
Vejamos um exemplo de passagem de um estagio para o outro. A pergunta mais difícil de ser respondida, porque foi uma PROVA DE FOGO no campo sentimental. Ela foi dirigida por Jesus à Pedro. Pedro foi um dos primeiros discípulos e foi ele também que se mostrava mais disposto a realizar os pedidos do Mestre. Quando Jesus estava anunciando sobre Sua morte foi Pedro quem falou que se possível for, morrerei contigo, mas Jesus conhecendo o coração disse que ele O negaria no momento de maior necessidade.  Pedro foi interrogado três vezes e o galo cantou pela segunda vez como havia falado o Senhor Jesus. Esta foi a parte inicial da prova e a segunda parte foi quando Jesus aparece ressuscitado aos discípulos junto ao Mar de Tiberíades. Há algo em comum no mesmo local, a escolha dos discípulos e a despedida deles. Nas duas passagens Pedro se destaca como o líder dos pescadores, foi dada uma palavra por Jesus e obedecida por eles. Em Jo 21:15-19, vemos a pergunta de Jesus repetida por três vezes contrabalanceando a tríplice negação: AMAS-ME?
 
O Senhor Jesus usa um jogo de palavras para perguntar que tipo de amor Pedro sentia por Ele. Nas duas primeiras vezes Ele usa ágapâs e Pedro respode com philô. Na última vez o Senhor pergunta com phileîs e Pedro responde com philô. Jesus conhecia o coração dele e ele sabia que por querer se exaltar, acabou negando o Cristo três vezes. Agora ele se humilha e responde com sinceridade o sentimento que ele tinha no coração. Ele trocadilho com as palavras feito pelo Senhor, talvez, fosse para que Pedro entendesse a transição do amor fraternal (Phileo) para o amor mais intenso, de relacionamento com Deus (Agapao). Pedro entendeu muito bem a mensagem de Cristo, pois Jesus o escolheu para cuidar de ovelhas, de um rebanho resgatado pelo Pastor de nossas almas. A transição ocasionou a adoção de uma nova família, o povo santo, eleito e sacerdócio real. O Pedro que negou e que foi interrogado sobre o amor escreve: Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro. Isso foi um chamado a viver o verdadeiro amor do Pai que nos amou. O amor sem fingimento, simulação ou hipocrisia. Agora o Amor gerou vida abundante em Pedro e em nós. Ele vive a vontade do Pai e cuida das ovelhas (como por exemplo as de At 2). E tem a autoridade do Espírito para dizer: Pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. O Amor de Deus foi manifestado em nós para vivermos a santidade e, através dela, ter a Vida abundante de Cristo em nossas vidas.
 
Podemos ver a diferença de um homem que tinha dúvida de sua maneira de amar e de praticar a misericórdia e que agora passa a ensinar ao estilo d’Aquele que lhe ensinou. Assim como Jesus fez a pergunta para Pedro, Ele também nos faz: AMAS-ME? Qual é nossa resposta? Ela agrada ao Senhor? Que propriedade Deus tem colocado em nossas mãos para que dela cuidemos?
 
 A melhor maneira de descobrirmos o nível de amor que oferecemos aos outros é quando avaliarmos com qual nível de amor vivemos para Deus.
 
ENSAIOS DE VIDA. Edinaldo Formiga. São Paulo: 18/02/10.  
Edinaldo Formiga
Enviado por Edinaldo Formiga em 18/02/2010
Reeditado em 18/02/2010
Código do texto: T2092941
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