Cotidiano

Hoje eu acordei cedo e fui para a rua caminhar um pouco, como eu morava próximo a praia, resolvi assistir o nascer do sol na beira d’água, como era muito cedo tirei

os calçados e andei pela areia gelada, sentindo as ondas das águas tocarem a meus pés, e

umedecerem minhas roupas, caminhei por vários minutos até que o cansaço me dominasse,

procurei por um banco qualquer, acabei sentado na areia, pois os primeiros raios de sol me

saudavam, em meio ao silencio, que se fazia naquele momento, pois o tom avermelhado

produzido pelo sol, vindo de encontro as águas me proporcionaram o mais belo espetáculo,

digno da natureza, espetáculo este que me levou,a divagar sobre coisas que já não lembrava mais.

Tão obsorvido estava em minhas divagações, que eu não percebi que alguém sentava a meu lado, e sua vos me chamou atenção, e para meu espanto me perguntou por-

que eu estava tão triste e tão ausente, se eu tinha a minha frente toda a beleza e toda a paz do mundo, me disse mais, que eu devia estar feliz porque a chegada de um novo dia, e sempre maravilhoso, só por isso já era um motivo para nos sentirmos felizes, pois a cada

alvorecer de uma nova manhã, é o alvorecer de novas vidas em nosso mundo. Disse-me ele, que só me dizia tudo isso, era para eu não me sentir perdido e sozinho, procurando por algo

que não encontraria ali, ou em qualquer outro lugar, pois o que eu procurava estava em mim, e,eu só encontraria em meu interior, e era por ai que eu devia começar a minha busca,

cansado de tanto ouvi-lo falar, disse-lhe o Senhor enganado está, eu não estou procurando

por nada, pois tudo o que procuro está bem aqui a minha frente neste lindo cenário de beleza e paz, o que mais eu iria querer.

Ele pediu-me perdão e disse: --Meu filho, todos nós procuramos por alguma coisa, perto ou longe, o que importa, veja meu exemplo eu procurava alguém para conver-

sar, e, encontrei você que teve paciência o suficiente para me ouvir, podes até pensar que eu sou meio maluco, mas não sou. Sou apenas um homem comum que anda por ai procurando

companhia para que eu não me sinta sozinho, e ao vê-lo aqui na praia sozinho resolvi me

aproximar para um dedinho de prosa, e se me permite eu lhe dizer mais, olhe bem no fundo

de s’alma e verá que eu tenho razão, pois ali encontrarás respostas para o que buscas.

Saindo daquele torpor que me envolvia, enquanto o escutava perguntei:

--Quem é o Senhor, ele me respondeu: --Sou apenas um amigo que queria conversar?

Mais pode me chamar de Jesus!...

Volnei R.Braga