O TUDO E O NADA

Embora residas onde outra mão não afaga,

Onde é incomensurável a palavra verbalizada...

Nessas entranhas onde habitas

tu registras a dinâmica

Desse constante farfalhar de tralhas,

De rearranjos de arrepios...

Adentrar como criança que apalpa mistérios

de objetos ainda não nomeados

Despossuídos de sinestésicos, e inimagináveis rubores

Nada devemos quando apenas existimos

Alforriados

O Tudo e o Nada,

como um antigo casal de amantes,

De mãos dadas, almas entrelaçadas...

Ora contemplando, ora ferindo a realeza de uma cumplicidade

Não definida.

Seus filhos são Versos,

Diversos... Sacros e profanos

Espalhados

nunca completamente nascidos

Mas vivos

Pulsantes

Palpitantes e eternos no amor divino

Idealizado em um ventre de um Vento abençoado

Numa paisagem que por nem pensar

vive o sonho que a realiza

Meg Fonsant