Identidade e ilusão





Quando Buda confrontou a questão da identidade na noite de sua iluminação, ele chegou à radical descoberta de que não existimos como seres separados. Ele olhou a tendência humana de se identificar com uma idéia limitada de existência e descobriu que essa crença em uma pequena personalidade individual é a ilusão-raiz que causa sofrimento e nos afasta da liberdade e do mistério da vida.
Ele descreveu isso como a originação interdependente: o processo cíclico da consciência criando a identidade por interagir com a forma, reagir ao contato dos sentidos, então se apegar a certos padrões, sentimentos, desejos, imagens e ações, para criar um sentido de individualidade.
Ao ensinar, Buda jamais falou dos humanos como pessoas existindo de algum modo fixo ou estático. Em vez disso, ele nos descreveu como uma coleção de cinco processos em mudança: os processos do corpo físico, dos sentimentos, das percepções, das reações e do fluxo de consciência que vivencia tudo isso.
Nosso senso de individualidade surge sempre que nos agarramos ou nos identificamos com esses padrões. O processo de identificação — de selecionar padrões para chamar de “eu” e “meu” — é sutil e, geralmente, oculto de nossa atenção.

Jack Kornfeld, em “A Path with Heart




http://samsara.blog.br/2007/07/identidade-e-iluso/