O MESSIAS - EXCLUSÃO

Se Jesus viesse hoje ao Brasil, certamente não seria açoitado,não usaria coroa de espinhos, não seria crucificado, e as mesmas chagas não marcariam seu corpo magro, ou gordo, se assim o fosse. Em respeito aos "direitos humanos", hoje o "povo unido" não ficaria olhando a exposição de um pobre barbado, de braços abertos, à espera da morte. Certas coisas, é melhor não ver.

Muitos cristãos da atualidade, convictos que estão da existência de um deus que não podem tocar e não toca suas consciências, cetamente até dariam um pedaço de pão ao Redentor, sem reconhecê-lo, desde que fosse uma só vez, que ele agradecesse e não incomodasse. Bondade, afinal, tem limites. Deve ser usada com parcimônia; um pouco para cada pessoa que, porventura, merecer. Os critérios são escolhidos pelo "espírito santo".

O Messias, hoje em dia, certamente seria ridicularizado se falasse de luz, verdade, vida e amor, nesse mundo que dá tanto valor às aparências e poder econômico. Se não tivesse emprego fixo, casa própria, carro particular, conta bancária, ou não aparecesse, simplesmente, rico e bem vestido, Cristo seria marginalizado. Ele seria mais um excluído, entre milhões de desatentos, que sustentam luxo e riquesa de pucos incluídos no seleto clube dos que tem mais que precisam e menos que ambicionam. Se fosse mais um faminto, sem terra, sem teto, sem renda, sem rumo, Cristo faria pregações para os insetos que o rodeariam na sarjeta, para onde seria empurrado e esquecido.

Os velhos milagres não surtiriam o mesmo efeito nestes tempos. Por aqui há muitos que os fazem vários, à revelia dos "Padres Quevedos" e "Místeres M", famosos estraga prazeres que aparecem na mídia apontando segredos e truques. Aparências, fantasias, continuam agradando a quem elas convém. Neste mundo de faz-de-conta e tanto faz, a verdade é só questão de ponto de vista.

Após vários anos sem ser ouvido ou reconhecido pelos surdos, cegos, sonsos e insensíveis, Jesus estaria sozinho.

Quem sabe passasse por ele um cidadão sorridente e sem dentes, que deixasse uma garrafa com resto de cachaça barata, dizendo palavras de consolo: "Isquenta não mano. Tá rúim mais pode piorá".

O Messias, de barba cerrada, faria seu último milagre em visita de corpo presente à Terra. Transformaria a cachaça em água, lavaria as mãos e então diria ao olhar para os céus: "Pai, eles não sabem o que fazem, não querem saber e não toleram quem sabe. Seja feita a vossa vontade".

Há uma infinidade de pessoas cometendo todos os pecados, ferindo todos os mandamentos e falando de verdades que não conhecem. Não vale a pena ficar nesse meio. Deixo ao leitor um abraço e faço a todos um convite: Deixemos de hipocrisia! Eu não poderia acreditar em um deus que acreditasse em hipócritas.

Wellington Fernandes
Enviado por Wellington Fernandes em 04/10/2006
Reeditado em 24/09/2007
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