Por trás dos muros

Mateus 27: 51 – “E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras”.

O ser humano foi criado num paraíso, livre e com amplitude de horizonte. Não havia cercas nem muros para demarcação de territórios. O Senhor lhe deu a terra como morada e a todos os animais. O homem inventou a cerca, quem sabe para proteger seus animais de predadores, mas também criou os muros pensando em se proteger. Posso imaginar que esse tenha sido o começo de algo muito ruim para a humanidade. O homem se cercou entre muros!

Até ele cercar seu espaço físico com algum anteparo que lhe dê proteção tudo bem, mas estou me referindo aos muros de segregação, muros sociais, que isolam os seres humanos. Parece que isso vem de longe, ou melhor, vem de sempre, desde a queda do ser humano com a desobediência ao Criador.

Existem muros de muitos tipos. Todos são barreiras de relacionamento e distanciam as pessoas, numa clara desobediência ao mandamento do amor ao próximo. Podemos citar muitos muros, muitos tipos de discriminação: racial, religiosa, idade, financeira, status, sexual, cultural, social, e diria também de poder, etc. Estes muros fazem muita diferença na nossa vida e interferem no cumprimento dos mandamentos fundamentais de Jesus: amar a Deus, sobretudo, e praticar esse amor com o semelhante. Como fazer isso escondido atrás de algum desses muros que citei?

Posso entender o fato do véu do templo ter se rasgado, no momento da morte de Jesus, que ali estava decretada a ruptura total com qualquer separação, ainda que fosse no próprio templo. Jesus estava deixando livre o acesso ao Pai para todos que O quisessem aceitar, crendo em sua Palavra, a palavra do amor.

Todos os ensinos de Jesus foram no sentido de acabar com essas segregações e discriminações. Não foi à toa que Ele reafirmou os mandamentos do amor! Quanta importância Ele deu a isso! Colocou o amor ao próximo até como condição de entrada no reino de Deus, numa relação que fez, da prática desse amor com o serviço a Ele próprio.

Sei que os muros que estou falando lhe incomodam também e você gostaria que as coisas fossem diferentes. O que fazer? Nossa parte nisso é testemunhar o amor, como prática de vida, junto ao mundo que nos cerca, cheio de muros e barreiras. Não adianta levantar bandeiras de não à violência, não às discriminações, de que tipo seja, ou ficar dizendo o que deveria ser feito. É preciso que seja feito, e não há outra maneira disso acontecer, senão pelo testemunho de uma vida comprometida com a Palavra.

Medite nessa palavra. Faça a sua parte, saia de traz de algum muro que esteja te cercando. Nossa recompensa é sempre o convívio afetuoso com os nossos irmãos e com nosso Pai e a certeza de uma morada definitiva na casa paterna. Lá há muitas moradas!

Boa leitura: http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/912034

João Carlos da Silva
Enviado por João Carlos da Silva em 25/02/2011
Reeditado em 18/03/2012
Código do texto: T2814532
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