EXISTÊNCIA

EXISTÊNCIA

Não cantarei a sorte, nem maldirei a morte

não gritarei Paz

nem direi: homens para trás... não se matem

Não tentarei eregir casa, porque um dia terei asas

e voltarei ao que era...

Não falarei da bomba, nem lamentarei

mais um corpo que tomba;

Não lançarei novas idéias

porque muitas dúvidas virão ee novas dúvidas

mais guerras trarão e com novas guerras

muitos idiotas morrerão, com novas mortes

mais pessoas chorarão e se todos morrerem

não haverá ninguém a chorar por ninguém

e tudo virá a ser o que era antes...

Serei talvez o aço que fere

ou a mão que diz espere, a alguém que parte...

terei apenas do dom de ser e não existir

e nada hei de sentir, serei perfeita

porque nada terei feito

haverá em meu lugar, apenas o vácuo,

imenso, frio, inexistente ao dizer

gritar, onde está você, seu demente?

GLÁCIA DAIBERT

GLÁCIA DAIBERT
Enviado por GLÁCIA DAIBERT em 28/06/2005
Código do texto: T28880