medo de religião
Percebo que algumas pessoas não entenderam o texto “medo de religião” assinado por mim, a julgar por dois comentários que recebi. Ele foi escrito logo em seguida ao poema “crianças de colo”, que não teve o privilégio de ser lido por muitos. Poemas não são feitos para serem explicados. Contudo, talvez a leitura do segundo texto possa ajudar no entendimento do primeiro, embora “medo de religião” não seja exatamente um poema. Trata-se de um apêndice sem muitas pretensões.
Para começar com essa questão de religião, acho muito engraçado quando em algumas delas há a recomendação de que “as pessoas devem temer o seu Deus”. Por que devemos temer uma entidade que está ali para ser o ancoradouro dos nossos sofrimentos, aflições; ou a origem das nossas alegrias e bons momentos? Por que devemos temer uma entidade que significa, antes de tudo, amor? Será que seremos punidos inapelavelmente por qualquer coisa de mal que fizermos? Punição é coisa dos homens. Não de uma divindade acima deles.
Só isto já dá pra justificar um pouco o medo que tenho de religião.
Uma outra temeridade seria convencer uma pessoa a não comprar a sua morada nas nuvens, depois do seu desaparecimento, e isso desagradar àqueles que fizeram com que ela gastasse o seu dinheiro dessa forma tola.