Jeito de ser de sentir

Entro pela janela tropeçando pelas coisas que existem neste ambiente que não mais me pertence

Sou intruso e ousado com minhas palavras horas doces, horas amargas sem dosagens quase desnudas de alento, no entanto proferidas da alma e do pulsar deste velho e covarde coração.

Momentos existentes, palavras rasgadas provenientes de um dorso cansado, surrado e pela repudia de meu próprio ser muitas vezes infeliz.

Não sei se eu tomasse minhas palavras, tragasse-as sem paladar e inerte me pusesse longe de tal janela teria em mim mais felicidade.

Por certo este seria eu, então alguém que vive apenas de ilusão e daquelas velhas saudades.

Não vivo e nunca viverei de miragens, porém esta linha é tênue, sou tal qual uma nuvem que vagueia pelo céu aberto, muitas vezes fico escura e deságuo céu a baixo, porém em outras eu ajudo a colorir o arco ires deste traço.

Sim! Provoco tempestades, mas sou sublime ao vagar por um espaço onde encontro a verdadeira felicidade.

Então chego timidamente e cumpro o meu destino, em meio aos erros e acertos sou nuvem que paira por sobre o céu, um céu tão único e límpido longe bem longe de toda perversidade.

Com tudo sou percussor de uma grande banda que ao tocar um instrumento faz seu ritmo de alegria, leva as mensagens que muitas vezes não são aceitas, mas sou igual aos velhos carteiros que leva com sigo sentimentos em envelopes lacrados que nem sempre agradam a quem lê.

Sou sim aquele ainda menino que carrega no peito a doce lembrança do copo com leite antes de se deitar. E o mesmo menino que quebrou vidraças, brincou com uma bola de meia, chorou por um brinquedo alheio, mas em tudo soube se superar.

Hoje trocaria todos os brinquedos do mundo e tudo que tenho apenas pra ter de volta aquele azul materno e saudoso olhar.