NO DIA EM QUE O NATAL CHEGAR

Nessas datas tão especiais, assim como é o Natal , nós sempre queremos escrever, afinal, estamos no Recanto das Letras e letras buscam por palavras consolidadas.

Embora não possamos entender o Natal apenas como um acontecimento religioso, posto que são várias as crenças teológicas espalhadas pelo universo para tentar nos explicar o mistério da nossa existência, é fato que a passagem de Cristo pelo mundo é um dos mais importantes acontecimentos sócio-antropológicos a marcarem a história da humanidade.

Cristo não foi apenas um Espírito que se fez homem para na Terra discursar sobre os nossos caminhos, ou para fazer poesia e parábolas dos seus pensamentos iluminados.

Se retornássemos lá atrás, há exatamente dois mil e onze anos na História, talvez chegássemos à conclusão de que a Humanidade não mudou muito, para não dizer nada, o que muito mudou foi apenas os seus meios de atuar em perversa sociedade.

Talvez seja exatamente por isso que os ensinamentos filosóficos que Cristo nos deixou seriam de qualidade pétrea, ou seja, válidos para o Homem em qualquer momento da sua existência.

Daqui a poucos dias já estaremos em dois mil e doze, e doze anos após o anúncio do fim do mundo que viria no ano dois mil ainda hoje há os que acreditam que, pelo calendário Maia, estamos novamente próximos do fim.

Nosso fim acontece todos os dias, é só observarmos.

De fato, se há algo difícil de se entender é o conceito do nosso derradeiro "fim" quando sequer nos situamos no primo começo do nosso mistério de existência teológica, tão atemporal frente ao paradoxal tempo tão curto que delimita nossos constantes "fins" de tantos recomeços pela vida.

Mas, se fosse hoje o exato NATAL de ontem, o que diria Cristo do nosso cenário atual?

Afinal, qual seria o fim principal do tudo que vemos diante dos nossos assustados olhos?

Quantos Pôncios Pilatos já lavaram suas mãos desde o aprecimento de Cristo e quantos as lavariam no presente momento?

Quantos ainda as lavarão?

Quantas seriam nossas atuais vidas holisticamente crucificadas pelo grito das tantas dores diante dum mundo que caminha em sentido oposto ao do Amor que Cristo nos pregou?

Quantos seriam os ladrões mundanos, assassinos que impunemente ceifam vidas com "nobres atos", quantos que com Cristo estariam ao lado da Sua cruz?

Quantos deles se arrependeriam das suas usurpações?

"A Cesar o que é de César!!

"Amai ao próximo como a ti mesmo".

Algo tão simples quase impossível de acontecer...embora para todos os mistérios, o do impossível também nos surpreenda...

Cristo não foi apenas um Homem que morreu por defender até o fim os seus princípios filosóficos e políticos bem como a sua inabalável fé num Pai.

A História sempre se perde ao transformar importantes fatos em algo pueril.

Cristo nos seria uma nítida e perfeita metáfora de vida real, algo que nos elucidaria o espírito para o preparo e para o FORTALECIMENTO na difícil caminhada pela e para a verdadeira vida , para uma vida de eterna luz, a da Verdade, ainda que por aqui, nesta Terra tão mentirosa e tão escura.

Seus ensinamentos vividos sempre são muito presentes entre nós, em cada instante frágil de toda a nossa rolagem por esse mundo cáustico, insípido.

No dia em que o Natal chegar, quiçá a humanidade entenda que somente unidos pelo amor seremos o "sal da terra ", todos!, centelhas de amor a fazer a diferença quântica- e sem palanques!- em cada segundo da nossa existência inexplicável a quaisquer dos nossos mais doutos entendimentos científicos de Homens.

É para esse dia que aqui eu lhes deixo, já antecipadamente, meu sincero desejo dum Feliz Natal entre todos nós.

Mas só no dia em que o Natal chegar.

Sem hipocrisia, sem fronteiras e sem segmentação da nossa irmandade.

Até lá...orem muito e acreditem sempre.