ANTES DO HOJE (Almany - 29/01/09)

Não quero que você me conte por onde andou,

o que fez, o que deixou de fazer, ou o que pretende.

Não é bem isso que procuro, não quero seus pesadelos.

Te juro, eu tento lutar contra mim, contra esse afã,

mas me perco em absolutos desenganos, que por engano,

me trazem os parques, que brinquei quando criança.

Já não tenho nada disso,

somente quero esquecer o tempo perdido,

que procurei pela bela adormecida que foi embora.

Vou tentando ficar, navegando em alto-mar, em derivas,

sem ter pressa pra ancorar, pois as minhas quimeras,

que eram eras, contadas junto ao badalar das horas,

do invisível relógio do destino, tornaram-se pesadelos.

Vivo essa sina que me leva pelas estradas sem cenários,

que me faz lembrar de mim mesmo e dos meus enganos

e esquecer que você podia implorar pra eu te encontrar.

Sem tu, prefiro os vampiros que celebram minhas vitórias de sangues,

enquanto esqueço esse mundo estranho e sem liberdades,

pra lembrar do nada que o futuro prometido, não prometeu.

Somente quando você me fala, que o fim tá chegando,

é que entendo que nunca seremos iguais, pois o temor de ser,

vem dos fantasmas que povoam teu olhar, nesse quadro surreal,

enfeitando de sombras esse meu céu de luz cega e incolor.

Eis que sempre lembro minha genitora, que jaz e que não há mais,

e que sempre me dizia, que somente os passáros voam

e que os seres humanos imploram esse poder.

Seremos nós cobaias vivas simulando artifícios artificiais,

acreditando num amanhã que nunca poderá vir antes do hoje!