Eu tenho [muito] medo...
 

Eu tenho muito medo de um dia não me indignar diante das atrocidades que vejo;
 
de achar que é natural não ter médicos no SUS, professores nas escolas, polícia para nos proteger;
 
de aceitar passivamente a corrupção, os desvios de verbas, a prostituição;
 
de achar que é natural meninas fazendo coreografias com apelação erotizadas;
 
Eu tenho muito medo de acreditar que é normal mentir para se dar bem;
 
de ser indiferente a guerra no trânsito, o desrespeito ao pedestre;
 
 
de me acostumar com o desrespeito, com a falta de educação, com a exploração sexual;
 
de não me horrorizar diante das cenas de violência protagonizadas nas ruas, nos lares e exploradas, exaustivamente, na mídial.
 
Eu tenho medo, muito medo, de acreditar que os noticiários não estão a serviço de ninguém...

Eu tenho muito medo de achar que é natural todas essas coisas que ainda me revoltam e angustiam...




 
 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 18/02/2012
Reeditado em 16/02/2016
Código do texto: T3506985
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