Louco ser humano

Louco! Ser humano louco!

Cheio de coisas que o afasta do natural,

diria até que o animal seria melhor,

se não fosse tão grande a beleza de raciocinar!

Mas digo!

Melhor animal insano, do que um matador inteligente!

Louco ser humano, louco!

Os seus quereres e desejos se atravessam,

E atravessam-se assim também as suas vidas.

Umas se unem e se fortalecem,

Outras se encontram e padecem...

O egoísmo intrínseco nosso, não nos permite querer o mesmo algo sem disputa, sem batalha, sem atentações contra a vida.

Querer o mesmo amor pode resultar na mais destruidora das batalhas, pois são três perdedores, que até findam a guerra com suas saúdes intactas, mas perdem suas almas.

Louco ser humano, louco, doido varrido, não se importa em ferir o próximo pra alcançar seus objetivos. Não se importa em trocar uma amizade por um passeio ao vento, sabendo que a brisa lhe enxugará as lágrimas.

Porém, as lágrimas do coração caem sem cessar. Essas nem o vento de um tornado pode secar. É choro constante, irremediável. Mas o desnorteado ser humano já aprendeu a ignorar este lamento, colocando a sua pútrefa satisfação acima de tudo.

Louco ser humano, louco!

De repente ama, move um mundo inteiro em nome de uma única paixão. Mas isso não é benfeitoria, ele apenas corre pra alimentar o seu ego e vaidade. É posse, é conquista, é egoísmo!

Louca essa gente, que teme morrer e se mata todos os dias, aos poucos, se deixando engolir pelos seus vícios desenfreados. Logo temem somente a morte súbita, que é rápida e indolor, e abraçam o pior dos fins, que é o lento, quase imperceptível e doloro caminho da perdição.

Não parem, seres humanos apressados, pra avaliarem este louco aqui perdido no mundo das palavras, pois correrão um sério risco de perderem a valiosa lucidez!

Fábio Rocha Borges
Enviado por Fábio Rocha Borges em 24/02/2012
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