Profissão de fé.

PROFISSÃO DE FÉ.

(Símbolo niceno-constantinopolitano).

Mensagem: Honorato Ribeiro dos Santos.

(Sentido Quaresmal).

Profissão de fé não é uma oração, mas uma confirmação de que somos cristãos e acreditamos que existe somente um só Deus ensinado por Jesus Cristo. Sendo cada um de nós cristão deve viver como cristão, como irmão em Jesus Cristo. Não basta afirmar que cremos, mas é preciso agir e viver na espiritualidade, isto é, no amor e na caridade. Sem ação não temos razão de afirmar-nos que cremos em Deus. Vou transcrever na íntegra o credo niceno-constantinopolitano Essa profissão de fé, conforme a tradição cristã, cada apóstolo escreveu uma frase essa profissão de fé, o creio. Por isso ele, também é chamado de símbolo dos apóstolos. Foi aprovado no Concílio de Niceia em 325 de nossa era. E é recitado pelas igrejas: Católica Apostólica Romana, a Igreja Ortodoxa, a Igreja Anglicana e a Igreja Protestante tradicional. Transcrevi na íntegra:

“Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso”:

Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai; por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da virgem Maria e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, uma, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém.

Aqui está resumido toda Lei e os profetas. O Antigo Testamento e o Novo Testamento. Toda a doutrina ensinada por Jesus Cristo aos seus discípulos.

Realmente, cada um de nós, tem de viver e dá esse testemunho de fé ao pronunciar, cada palavra nela contida. É como o Pai Nosso. O Pai Nosso é uma oração; o credo é um testemunho de vida em Jesus Cristo. Viver o que afirma e não somente decorar, e não viver o que afirmou. Viver a fé é telefonar para Deus com o celular do coração afirmando que tudo o que foi dito no creio, viver: em ação, em razão em obras. Vou interpretar em cada frase o que entendi ao ler este credo niceno-constantinopolitano:

Ao começar eu confirmo e afirmo que: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso:” é uma confissão de fé. Torna-se até um dogma, pois não vejo Deus senão pela minha fé e dela viver sentindo a existência Dele em mim e em todas as coisas criada por Ele. Creio que existe um só Deus Pai todo poderoso. Bem, se chamo Deus de Pai, não posso viver diferente para com os outros. Por que senão eu passo a viver num criacionismo e não o evolucionismo da perfeição a que fui chamado e gerado como ser humano. Não fui criado para me desumanizar. Crer não é pela razão de crer, mas pela ação de viver em obediência ao Pai todo-poderos em sintonia com o próximo. Jesus nos deu esse exemplo de fazer a vontade do Pai.

“Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis”. Aqui continua a minha afirmação que foi Deus que criou todas as coisas visíveis e invisíveis. Tudo está escrito na sagrada escritura.

Bem, creio nas coisas visíveis, como por exemplo: As estrelas, o sol, a lua, as nuvens, a chuva, o brilho dos raios, (relâmpagos), o mar, os oceanos, os rios e lagos; o reino mineral, vegetal e animal. Tudo que posso ver com os meus próprios olhos biológicos; é fácil de acreditar, porque vejo e em alguns posso até tocá-los. Mas as coisas invisíveis? As coisas invisíveis só posso ver com meus olhos, os da minha alma espiritual. É um dogma de fé em crer nas coisas invisíveis. Ter fé em acreditar nas coisas invisíveis é dom de Deus. Não sou eu e nem você que criamos essa fé ou já nascemos com ela. Não. É um processo de evolução e de transformação de vida. É conversão. E o que é, então, as coisas invisíveis? O próprio Deus. O próprio Jesus Cristo. Ninguém prova a existência de Deus como acontece na ciência, mas se tenho fé afirmo: Ele existe e eu sinto a sua presença no meu eu, nas coisas criadas por Ele. Você e eu não podemos deletar essa fé em nossas mentes desacreditando da existência de Deus. Porque é Ele, o amor que sustenta essa crença infalível que chamamos de fé. Jesus mesmo disse: “Felizes aqueles que creem sem ter visto”. Quem recitar a profissão de fé e crer sem ter visto, é feliz, porque vê com os olhos da alma. Não é pela razão e nem emoção, mas pela ação de vida em perfeição e santidade em Jesus Cristo.

“Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos;...”

Se creio em um só Senhor Jesus Cristo, por que, então, eu vou desviar a minha fé, a minha crença em ideias supersticiosas e fetichistas formando em mim outras crenças em dicotomias? E achando que Jesus Cristo só tem poder de fazer milagres, mas não vivo: a justiça, o perdão e o amor. Sem praticar os seus ensinamentos do “amai uns aos outros”, não tem valor nenhum eu afirmar que creio em Deus e em Jesus Cristo. E se tem valor, por que, então, vou deixar de viver? Se eu não viver em fraternidade e indo ao encontro do irmão que sofre, que Jesus é esse que eu creio? Que Deus é esse que eu creio? Ou me pareço com Jesus vivendo o que Ele me ensinou ou então não posso dizer: Creio em um só Senhor Jesus Cristo... E se Ele nasceu antes de todos os séculos, que grande amor Ele teve para com todos nós de vir nascer como ser humano somente para nos ensinar a viver como irmãos! E se creio tenho que aceitar o outro como meu irmão: quer seja em étnica, crença ou sócio-político. Eu tenho que viver em ação o que recitei no “creio em um só Deus e em Jesus Cristo”. E por que criamos dissensões em nome de Jesus Cristo? É porque não são ecumênicos os que vivem em dissensões.

“Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”;...

Ceio, por que Jesus é Deus de Deus. (Jo 1-14). Se Jesus é Deus que sabe tudo sobre o que está acontecendo dentro de mim, de você, em todas as coisas invisíveis e visíveis, devo, então, senti-Lo a sua presença em mim para que eu não possa entrar em depressão. Não posso descontrolar-me o meu psíquico, e, o que é pior, indo procurá-Lo onde Ele não está ao em vez de ir ao encontro Dele num mendigo, num faminto, num sem roupa e sem agasalho; indo vê-Lo nas prisões e penitenciárias. Se eu digo que creio em um só Deus, Deus Onipotente, Onisciente, Onipresente, onde é que eu me encontro com Ele senão dentro do meu eu? Por que, então, eu vou acreditar em alguém que vai fazer um milagre para que eu possa me livrar dos sofrimentos psicossomáticos ao invés de eu me conscientizar que é bom sofrer como Ele e sentir tudo que Ele passou, com a sua paixão e morte somente porque me amou primeiro e nos ama!

Vejo muitas notícias pela televisão que alguns mendigos, moradores de rua, foram mortos queimados por jovens de classe alta ou média. Vejo a revolta do povo contra quem fez tal ato criminoso. Mas quem é culpado pelas mortes dos mendigos? São somente os que atearam fogo neles matando-os ou os que dizem crer em Deus e não os ajudaram dando-lhes abrigos e aceitando-os como irmãos? Por que revoltar se a culpa está em todos que abandonaram os que fazem do banco do jardim e debaixo da ponte a sua moradia? Ninguém quer ser mais o “bom samaritano”. Eu também faço parte e sou culpado conivente dos assassinatos que são queimados, quando afirmo: “Ceio em um só Deus Pai todo poderoso”... Esse mesmo Pai todo poderoso, que mandou o seu Filho nos ensinar a assistir e amar o próximo como a nós mesmo; cruzamos os braços e jogamos pedra nos assassinos a si inocentar a ser culpado sendo coniventes. Assim sendo, eu e você, nós assassinamos ativamente ou coniventes igual a Caim, figura simbólica e verdadeira, na história da humanidade. Vejamos o que nos conta o livro dos Gênesis:

O Senhor disse a Caim: “Onde está o teu irmão Abel?” Caim respondeu: “Não sei! Sou por ventura eu o guarda de meu irmão”? O Senhor disse-lhe: “Que fizeste! Eis que a voz do sangue do teu irmão clama por mim desde a terra”. (Gn 4, 9-10). A resposta de Caim é a mesma dos que revoltam contra os que atiram fogo no corpo de um mendigo: “Eu sei lá do meu irmão Abel? Por acaso sou guarda dele”? É. Eu, você, nós todos somos guardas daqueles excluídos e mendigos que foram queimados. Nós também somos culpados porque não demos agasalho para que eles não fossem queimados: “Eu estava sem abrigo e vós me destes”. Esse é o Jesus de carne e osso e não aquele que muitos vão atrás de milagre para sair da sua crise psicológica e financeira. Atrás de um Jesus criado por mim, que, quando fracasso economicamente vou acreditar nos que apregoam que indo às suas pregações, Jesus estará presente para realizar o milagre; como se esses possam ordenar e tiver o poder de serem atendidos. Milagre puramente emocional com auto-sugestão de curas psicológica. Creio em Deus e em Jesus Cristo porque confesso que crio. E se confesso que creio, devo ser cristão imitando a Jesus Cristo.

“Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós homens, e para nossa salvação, desceu dos céus: e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da virgem Maria e se fez homem”.

Eu afirmo que creio em Jesus Cristo, porém não posso tropeçar no meu próprio calcanhar, pois devo viver como cristão. Pois ao me tornar cristão devo entender o porquê que Jesus desceu dos céus e se encarnou pelo poder do Espírito Santo no seio da virgem Maria tornando homem como eu. Humano como todo ser humano. Sentiu tudo que um ser humano sente, fisiologicamente, biologicamente, geneticamente, mas nos mostrou, a cada um de nós, a perfeição. Ele venceu todas as adversidades da vida, que os primeiros viventes não venceram. Caíram e trouxeram a morte. Ele venceu a morte pela sua ressurreição. Eu devo crer na ressurreição dos mortos e na vida eterna. O meu crer em um só Deus, não poderá ser um paradoxo em minha vida. Não posso ser antagônico à minha crença, à minha fé.

“Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.”...

Teologicamente todos nós somos culpados pela paixão e morte de Jesus. Não foram os judeus, pois não posso generalizar. Muitos judeus se tornaram cristãos e os escribas e fariseus não fizeram parte na condenação contra Jesus e sim o alto clero. Os que estavam nos poderes religiosos, foram eles que forçaram a Pilatos a condenar Jesus. Nem todos os judeus e nem todos os religiosos foram culpados da condenação de Jesus Cristo. Mas, teologicamente, toda a humanidade é culpada. Por quê? Porque Jesus sofreu, padeceu e morreu por toda a humanidade. Derramou o seu sangue pelos pecados da humanidade. Se todos nós somos pecadores, então, Jesus morreu e ressuscitou para dar-nos vida nova para eternidade. Nisso ninguém morre, mas ressuscita para a vida eterna. E é por isso que creio em Deus Pai todo poderoso. Essa é a minha fé em Cristo Jesus e ela não pode ser vulnerável.

“Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai.”

Creio em Deus e na ressurreição de Jesus Cristo. Se eu creio em Jesus e não na sua ressurreição não sou nada. Não sou cristão. Nego tudo, pois, foi pela ressurreição que Jesus nos resgatou e redimiu-nos de todos os pecados. A ressurreição é o ponto primordial de toda a nossa crença em Deus todo poderoso e em Jesus Cristo. São Paulo afirma em sua carta aos Coríntios: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a nossa fé.” (1Cor. 15, 14). Creio, também, que Jesus se ascendeu e está no céu ao lado do Pai com toda a majestade.

“E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim”.

Ele já existia antes de todos os séculos, por isso Ele virá pela segunda vez; agora, não para sofrer a paixão e morte, pois Ele já venceu a morte pela ressurreição. Ele virá como juiz. Como juiz julgará até os anjos dos céus. Os vivos são os que praticam a sua doutrina, os seus ensinamentos. Os mortos são os que não aceitam viver à sua paixão e morte e deixaram de ser seus discípulos, amando uns aos outros. Os vivos são os convertidos que lavaram as suas vestes no sangue do cordeiro. (Jesus Cristo). Eu creio em Deus e devo viver a vida cristã, a fim de que, quando Ele vier julgar os vivos e os mortos, que eu seja considerado como vivo no reino dos céus. É preciso que eu creia com fé e obras; em razão e ação.

“Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:”

Conforme a doutrina cristã há um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Mas esse mistério da Santíssima Trindade é um só Deus. Nós nos tornamos cristão e discípulos de Jesus pelo batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Creio com todo meu entendimento dogmático, pois a fé é um ato de perfeição em mim mesmo. Pela fé é que enxergo Deus em mim e no meu próximo, mesmo sendo meu inimigo, pois, cada um de nós é templo de Deus e o Espírito Santo habita em nós. Somos a verdadeira igreja santa e pecadora. Santa porque Deus nos fez perfeitos. Pecamos porque somos livres para praticar ou o bem ou o mal. Mas eu prefiro praticar o bem, mesmo sendo pecador. Cada vez que eu creio na Santíssima Trindade eu vou me aperfeiçoando e minha fé vai aumentando. Sem fé eu não posso agradar a Deus. Pela fé eu amo mais o outro e a mim mesmo. O justo vive pela fé: “Fé esperança e caridade”. E a maior das três é a caridade.

“Ele que falou pelos profetas”.

Creio tudo o que está escritos na Bíblia, pois, embora fossem homens que escreveram os livros que contém nela: o Antigo Testamento e o Novo Testamento foram inspirados por Deus. Por isso nós chamamos de “Sagrada Escritura”. O que contém no AT é uma pedagogia, uma verdadeira historicidade que se tornou o advento para a vinda de Jesus Cristo. Uma preparação para a nova aliança que aconteceu com a paixão, morte e ressurreição de Jesus.

“Creio na Igreja, uma, santa, católica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir”. Amém.

Igreja, comunidade, povo de Deus, assembleia, que deve viver em união de fé e caminhada: igreja clerical; igreja povo de Deus, os leigos. Nessa missão, somos todos missionários; uns ordenados ao celibato e representantes da igreja instituição e igreja fiéis, todos em obediência ao líder, o santo padre, o papa Bento XVI, sucessor de Pedro e dos apóstolos. Por isso ela é católica (universal para todos os povos), una, com a mesma catequese doutrinária e sacramental. Não posso dizer que creio em um só Deus, se não estiver unido em obediência à Igreja (Ecclésia) e vivendo a mesma fé na cristologia e na historicidade dessa Igreja, cuja cabeça é Jesus Cristo; e todos batizados em nome da Trindade somos membros do corpo místico, na união esperando a ressurreição dos mortos e a vida o mundo que há de vir. Essa é a minha crença, a minha fé, a minha caminhada de cada dia me renovando em nova criatura. O chamamento mais forte e verdadeiro foi o que Jesus pediu para todos nós: “SEDE PERFEITOS COMO VOSSO PAI É PERFEITO”. Mas a perfeição não acontece de um dia para o outro. Eu vou descobrindo a me conhecer. Eu me conhecendo, vou corrigindo cada momento, cada minuto os meus erros, os meus defeitos. Deve ser uma constante luta dentro de mim mesmo, pois, eu nasci com tendência de ver o cisco no olho dos outros e não consigo tirar a trave dos meus. É uma figura de linguagem que nós conhecemos pelo nome de hipérbole. É claro que uma trave não vai caber nos olhos de ninguém, mas se compreende que vou acumulando erros e mais erros que viram uma bola de neve. Há um acúmulo de incoerência e de defeitos que chegam a si transformar numa enorme trave, pois os olhos são os candeeiros do psicossomático do que fomos criados. Por isso afirmo: Creio em um só Deus uno, santo e cheio de misericórdia. Por isso devo ser cristão em fé, obras e atos.

Amém.

(Escreveu Honorato Ribeiro dos Santos em 03-03-12).

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 03/03/2012
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