Certa vez ouvi um comentário que me deixou muito pensativa. Uma amiga, de longa 

data, havia dito que sendo como sou, somente em uma profissão eu me realizaria: 

advocacia. 


Lutando contra todos os aviso que a vida me deu, enfrentei o curso de Letras com 

muita dificuldade e afinco, o que me proporcionou uma visão de mundo extremamente 

crítica e idealista.



Bastaram quatro anos de “educação” para que eu definitivamente entendesse que 

minha vocação estava errada. Não consigo lutar contra um sistema educacional 

arcaico e pedante, não tenho paciência para inovar uma educação alicerçada no 

tradicionalismo , onde a única forma de manter a ordem ainda seja o “sargentarismo”.



Passados os anos de ditadura militar entre exílio e mortes de grandes líderes e 

pensadores políticos, hoje nos retratamos a uma época onde o direito de expressar-se 

limita-se a sobrevivência e ao ato de dizer “amém” à um Deus engravatado.



Oras, estamos numa “ordem e progresso” ou o processo inverso ainda impera? 

“Desordem e regresso” literalmente em seu sentido verdadeiro, puro e sem 

escrúpulos.



Há de se entender que embora ainda sejamos impedidos pelo “medo” o Brasil precisa 

crescer e desenvolver-se tendo como parte de sua população pessoas críticas e 

libertas de qualquer sentimento de medo e de proibição. Afinal de contas, a censura 

correta está nos alicerces primordiais aos seres humanos: aprender que não se 

rouba , vem de casa, entender que contrariar uma lei é , como o próprio nome diz: 

ilegal. 

São lições que não se aprendem em uma escola, mas sim em casa.



Sinto em estar perdendo a esperança na educação que eu sonhava para o meu país, 

uma educação permeada de aproximação, carinho e afeto. Uma educação baseada no 

contato humano e no despertar para a vida.





Eis que agora enfrentarei mais um desafio: sobreviver com os rendimentos de uma 

área em falência e ganhar novos rumos.

Quero alçar vôos, quero colocar em prática a beleza teórica do direito, pretendo desta 

forma aprender ainda mais as lições que esta vida, insistentemente, tem me obrigado 

à assimiliar.