Amor de desejo

As relações humanas estão passando por profundas modificações, conseguindo transformar até o conceito de amor. Assim como a informática, tudo é diferente nos nossos dias. Não há mais espaço para os relacionamentos de dependência, como na época do Romantismo, onde se acreditava que um era remédio para o outro, ou que um completasse o outro.

Hoje, em substituição ao amor de necessidade em que um precisava do outro, surgiu o amor de desejo. É como se houvesse uma declaração entre os casais dizendo: Desejo e gosto da sua companhia, mas não preciso de você! Hoje os casais não se sentem mais como uma metade da outra. Todas se acham inteiras, sem temer a solidão, sem precisar de ninguém.

Nestes dias que correm, está predominando a parceria, em substituição ao amor.

O ser humano sempre provoca modificações no mundo em que vive, e nos relacionamentos aprendeu que não existe o príncipe encantado ou a outra metade dos seus sonhos. Por isso, ele precisa se reciclar sempre para se adaptar ao novo mundo que criou. O comportamento predominante é considerar o seu par como um companheiro de viagem.

Para muitos está sendo difícil a adaptação nesta nova era. É preciso trabalhar sua individualidade até ser competente para viver sozinho. O relacionamento amoroso atual é muito parecido com o de ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. As relações de dominação e concessões são coisas do passado.

Da mesma forma que acontece com a informática, essa nova maneira de amar é facilmente absorvida pela geração atual, porém, de difícil adaptação para as gerações anteriores.

Roberto Valverde
Enviado por Roberto Valverde em 12/04/2012
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