Necessidade do trabalho
Deus, a inteligência suprema do Universo, quer que tudo tenha um objetivo útil. Cada um deve se tornar útil na proporção das suas faculdades. Na sua infinita justiça, condena aquele cuja existência for inútil por vontade própria, porque este vive na dependência do trabalho alheio. O trabalho para o homem serve de expiação, e ao mesmo tempo um meio de aperfeiçoar a inteligência. Sem trabalho o homem permaneceria na infância intelectual. Ele deve a sua segurança, sua alimentação e o seu bem estar ao seu trabalho, que pode ser físico ou intelectual.
Tudo trabalha na Natureza. Os animais trabalham como nós, mas de acordo com sua inteligência, que é limitada aos cuidados com a sua conservação. Esse trabalho não leva ao progresso intelectual, enquanto nos seres humanos o trabalho tem dupla finalidade: a conservação do corpo, como nos animais, e o desenvolvimento do pensamento, que o eleva acima de si mesmo. Nos animais, além da manutenção do corpo, eles trabalham como agentes para o objetivo final da Natureza, cujo resultado não podemos ver de imediato.
A concepção espírita do trabalho como lei natural, que determina ao mesmo tempo a evolução do homem e da Natureza, coincide com o princípio marxista, segundo suas palavras: “Agindo sobre a natureza, que está fora dele, e transformando-a pelo meio da ação, o homem se transforma também a si mesmo.”