NÃO A QUALQUER FORMA DE VIOLÊNCIA!

Sou visceralmente contrária à violência, não importa qual seja a "justificativa" que se crie.

Violência causa dor, sofrimento e destruição.

Como boa taurina, ex-arquiteta e atualmente revisora de textos, gosto do que é construtivo, positivo, consistente porém suave, belo porém simples, elegante e harmonioso. E não vejo nenhuma destas qualidades na violência.

E das várias modalidades que possam existir, uma das mais cruéis, porque dificilmente indentificável, é a violência da discriminação - sempre fruto do preconceito, diga-se.

Desnecessário mencionar guerra e terrorismo, de tão óbvios. Mas um assalto que fere a vítima, um estupro, uma surra, todos são modalidades não apenas identificáveis, mas puntuais e evidentes, e costumam causar empatia no público pela vítima.

Já a discriminação, a cotidiana e permanente demonstração do preconceito - frequentemente de forma velada, jocosa e corrosiva, mas que atinge em cheio e fundo a vítima -, costuma ser solenemente ignorada pelos que não a sofrem, mas causa profundos traumas em quem é ferido por ela.

E as vítimas desta modalidade de violência discriminatória não são apenas os seres humanos de pele negra ou morena ou vermelha ou parda.

São todos os que não se encaixam nos padrões criados e impostos como os únicos aceitáveis - conceito amplamente reforçado pelo mercado, induzindo sua sedimentação na alma humana através de todos os recursos: publicidade, "cultura", moda, culinária, turismo, religião, mídia etc. etc. etc.

São vítimas da discriminação - cuja violência é quase invisível, embora poderosa devido à repetição incansável, indefectível, impiedosa -- os muito feios (alguns aleijados ou deformados por acidente), os muito magros ou muito gordos, os "esquisitos": inclua aí homossexuais, travestis, pessoas muito diferentes, fora do padrão vigente por qualquer motivo, os velhos, os deficientes intelectuais, os acometidos de doenças da psique e por aí vai. Pior ainda quando a pessoa acumula mais de uma característica das que causam a discriminação, como por exemplo alguém que seja, ao mesmo tempo, uma mulher muito gorda, de pele negra, um tanto velha, puxando de uma perna e homossexual -- a pobre coitada está condenada à infelicidade, que terá sido decretada pela turba ignara e impiedosa, do alto do seu pedestal de hipócrita virtude e razão.

Não quero mais reforçar as separaçãoes impostas pela "consagrada" discriminação!

Chega de criar fronteiras e barreiras!

Quero não um dia de consciência disto ou aquilo, quero todos os dias de consciência de que seres humanos são seres humanos, não importa sua cor, tamanho, forma, estilo, jeito, sexo, nacionalidade, naturalidade, sexualidade, intelectualidade ou ideologia ou seja lá o que for.

A gente tem que unir as pessoas, não separá-las em categorias estanques!

Lutemos todos por igualdade - TODOS!... inclusive os homens brancos de boa índole, que eu creio serem a maioria deles...

Da próxima vez que você for discriminar alguém, por qualquer razão, aproveite a grande oportunidade de aprender e exercitar a EMPATIA, "sentimento" muito bom e útil que coloca você dentro da pele do outro, tentando experimentar como ele se sente, como pensa, como vive, como ama, como sofre, como tem dor e fome e frio e sede e sono e muitas carências, assim como com suas alegrias e grandes ou pequenas felicidades, como acontece, aliás, com todo mundo...

O mundo agradece.

Maria Iaci
Enviado por Maria Iaci em 22/11/2012
Reeditado em 22/11/2012
Código do texto: T3998822
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