Inferno
Reflexão:
Estamos de passagem, e antagonicamente
Na certeza do absoluto
Contemplando vitórias e absurdos
Retribuindo ao inimigo com sarcasmos
Na soberba do finito cognato
Perfuramos uma existência irreversível
Em que guerra humanas não serão o bastante
No exato extremo de ecos em uníssono: Morra espírito!
Realismo:
Findo um raciocínio útil
Meu retorno é indubitável e iminente
Por veredas cancerígenas e prepotentes
Inferindo em mesquinho desalento;
Eis sapieno: Não obstante teu conhecimento,
Sua conduta sem discernimento, lhe equipara
Ao mais sujo dos excrementos
Resignação:
À frente, À frente, À frente
Hasteando bandeiras asmáticas
Por dogmas e revoluções arcaicas
Exaltando impressões descontínuas
Idolatrado por laicos e néscios
Dissimulando sentidos intrínsecos
Variante do vácuo dos mitos!
Tirania:
Vilipendio toda idéia concebida
Dos epicuristas gregos aos céticos modernos
Que "O inferno é o seu próprio inferno"
Basta de enxergar nobreza em uma circunstância entregue
O sofrimento dos fatos precede o fogo dos máculos
A verdadeira culpa é a desculpa
Redenção:
Justiça amiga, inerrante e germicida
Desprovida de legisladores brutos
Consubstancie seus propósitos justos
Extirpando facções de espúrios
Guardando nessa dimensão hermética
A tudo que jaz no impuro, como um
Cavalheiro obscuro, que se deita com uma
Vadia aidética!