O ENIGMA DO BOBO – CONTINUAÇÃO

História contada por Leonar Gonçalves

Mogi Guaçu - SP

Arranjos de Luzirmil

Num povoado distante de um reino, existia um rapaz que todos conheciam como o “bobo do lugar”. Ele vivia com sua mãe, que já avançada em idade, não tinha esperança de ver seu filho casado e portanto amparado.

Certo dia porém souberam que o rei estava dando sua filha em casamento para quem lhe fizesse um pergunta ou expusesse uma questão que ela não soubesse responder. Aquilo por que a princesa era dotada de um dom diferente, e tudo que lhe perguntassem ou que lhe expusessem ela sabia responder ou discernir na íntegra. O premio para quem conseguisse vencer a princesa seria sua mão em casamento e a herança do reino.

Sabendo daquilo o bobo se interessou em se apresentar ao rei e expor suas palavras, que nem tinha ideia as quais seriam. Ele sabia que se a princesa respondesse suas perguntas, que certamente seriam tolices, ele seria degolado.

Mesmo sob a oposição de sua velha mãe, ele quis se aventurar, tendo em mente que evidentemente morreria. Sua mãe, por sua vez, preferiu envenenar um pão, que certamente ele comeria pelo caminho e assim ele morreria antes de chegar ao palácio, pois ela não desejava saber que seu filho fora degolado, derramando seu sangue na presença das pessoa e numa terra estranha.

Foi assim que sem demora o Bobo partiu, levando em sua companhia uma cachorrinha de estimação que não se apartava dele. Em meio ao caminho ele teve fome, e como muito estimava a cadelinha, deu-lhe momentos antes, do pão que levava, vindo com aquilo ocorrer a morte da cadela.

Bobo ficou triste e já estava desanimado de prosseguir, quando foi assaltado por sete bandidos, que por estarem com fome, logo tiraram lenho seco de uma cruz que por ali havia e foram assando a cadela pra comerem sua carne, que por estar envenenada matou os sete imediatamente. Com aquilo Bobo pegou uma das melhores carabinas e atirou num bando de pombas que passavam ao alto, acertando, não porém na que havia mirado.

Com a ave morta em suas mãos, ele pegou lenha seca que restava da cruz e fez brasas para assar a carne. Após ter se alimentado, se viu animado e tendo ao pensamento algum assunto para expor à princesa.

Lá chegando, depois da entrevista com o rei, que sabia que seria mais um a ser degolado, mandou chamar a princesa que ouviu a seguinte história, omitindo porém, a frase final: SEM QUERER MATEI CATITA, MAS CATITA MATOU SETE, DOS SETE TIREI A MELHOR, ATIREI NA QUE EU VI E MATEI A QUE NÃO VI, DEPOIS COM LENHA SAGRADA, ASSEI COM BRASE E COMI... quais foram os componentes principais dessa trama?

A princesa ficou perdida diante da história. Ela deveria adivinhar os elementos desde o princípio, ou seja o pão, o veneno, os bandidos, enfim, e dizer em que fundamento se baseava o assunto.

Diante da dúvida a princesa pediu um tempo para seu pai, pois iria ponderar o caso mentalmente e no outro dia dissertaria o assunto detalhadamente.

Tendo o consentimento do rei, ela conseguiu de maneira oculta convidar o bobo para dormir com ela aquela noite e lhe contar o fundamento da história. Todo contente o bobo, de cara aceitou, vindo ele, diante das carícias da princesa, a lhe revelar tudo.

No outro dia, diante dos ministros e uma grande plateia de vassalos ele expôs a história, concluindo...E FINALMENTE COM UMA DONZELA DORMI. Diante daquilo a princesa se quedou considerando-se vencida, pois se o rei soubesse da parte final da história, ela estaria perdida pelo escandaloso ato praticado.

Como palavra de rei não voltava atrás, houve o casamento, com uma grande festa e aquele que era considerado bobo, num futuro próximo passou a governar o país. E até que se saiu bem pois de suas tolices tirava muitos enigmas para vencer os que queriam fazer guerra contra seu reino.

Aí está, caros colegas do recanto e leitores em geral, a história de um BOBO que casou com uma princesa.