Campainha

Ouça o som do coração. Essa batida que nos mantém vivos é a mesma que nos guia no viver.

Busque, por um segundo, o silêncio. Concentre-se no som da sua vida. Nossa mente é a grande

manipuladora dos nossos sentidos, mas é o nosso coração a verdadeira bússola de nossos sentimentos.

Nós sabemos o que é certo, sabemos o que é melhor, sabemos e sentimos por onde ir. Porém, não raramente,

sufocamos esse sentir com afazeres, tabus, tentativas frustradas, culpas, entre tantos outros.

É por isso que as crianças são tão felizes, enquanto lhes é permitido ser criança, elas apenas sentem e reagem

para o que sentiram de modo a não sufocarem seus sentimentos. Daí, o motivo pelo qual as crianças não se apegam aos

rancores, mágoas e tristezas da vida.

Essa importância em ouvir-se é vital. A sobrevivência agride a vivência de tal modo, que sem percebermos o tempo passou.

E então vamos empurrando tudo até que o tempo tenha passado para termos idade suficiente a sermos "perdoados" por sermos

crianças novamente. Até chegar o momento em que dirão: "Ele está rabugento porque está ficando velho", "Ela está chata porque está na menopausa", "ele abraça as pessoas porque está mais sensível nessa idade", " com a velhice todos viramos crianças"...

Então, penso que talvez a velhice nos presenteie com uma surdez social que nos permite ouvir o coração. Que quando deixamos de ouvir tudo que está fora, fique mais claro o som de dentro.

Há tempo, sempre há tempo para aprender.

Quanto mais cedo aprendermos a nos ouvir, certamente, mais tempo teremos para saber mais sobre nós mesmos.

Redescobrir-se é possível. Desenganar-se também. Basta querer!

Carla Grazielle
Enviado por Carla Grazielle em 31/01/2014
Código do texto: T4672826
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