Ando sonolenta, e não é meu normal. A distância de tantas coisas e algumas pessoas parece invadir Minh’ alma, mas eu reluto para não me entregar ao estado ocioso.

Gosto de acordar cedinho, me abastecer do silêncio da madrugada, contemplar a aurora abraçando o sol, e a claridade, como uma vitrine transparente irradiando a luz tão necessária para reavivar meus ânimos. Tomo um café fumegante, imagino encontrar algo interessante no jornal... nada de novo, causa-me asco ler sobre violência e política, na TV, a repetição de todos os fatos.

A mídia está pobre de temas que prenda alguém diante da telinha, quanta falta de imaginação! Quantas poesias estão amarelando em prateleiras empoeiradas e que poderiam estar numa roda de leitura ali na TV, levando um conhecimento a mais a quem nunca teve a oportunidade de ler ou ouvir um poema declamado, ou, levando inspiração a um poeta transpirado.

O horripilante está no auge, aquilo que é salutar aos nossos olhos, ao coração e ao bem estar em geral, há muito virou démodé. E enquanto nada de melhor acontece, vou passear no meu jardim onde há joaninhas e borboletas desenhando poesia colorida no ar, assim preencho o meu dia com algo útil.