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Desando por descaminhos de uma quase vida.

Ultimamente rabisco silenciosos gritos

percorro ruas sem espaço nem tempo

Ando sem rumo e sem prumo

Desacertando o passo.

Há luzes e escuridões

Em meus eus desencontrados

E uma quase poesia perambula

Por esses becos insólitos.

Não sei porquê a poesia insiste

Em tocar-me a tez.

Como quem tenta uma ressuscitação

Querendo trazer um ser em quase morte à vida.

Às vezes brisa suave, ora tempestades, vem a poesia

Atentar-me à vida, ela diz: Vem!

Mas nem sempre vou

Como um pássaro sem norte

Há um mergulho certeiro pelos cânions

E em suas profundas e insalubres fendas

Aperta-me a alma

Sufoca-me.

Até que em uma tentativa louca

Eu volte à tona e em um voo decisivo

Decida pela vida

Que hoje tem um tom escuro

Como asas de uma sombria mariposa!

Meus temores e fobias concretizados

Nessa incerteza de se haverá um amanhã.

Um horizonte com alguma luz e calor

Até que venha a finitude

E apague definitivamente

Essas nuances de vermelho-vida

E amarelo-alegria.

Que vivem no mais profundo

Do meu eu.

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 01/08/2014
Reeditado em 02/08/2014
Código do texto: T4905026
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