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Haroldo repassando – recebido de Carmen – maio/2004

TRAFICANTE - Fala aê mermão.

FILHO - Me arruma um pó de cinqüenta.

TRAFICANTE - Segura aê.

FILHO - Valeu.

TRAFICANTE - O pó tá acabando mas amanhã a gente vai invadir o morro ali do lado. Vamú tomá as boca e ficá cus bagulho.

FILHO - Já é. Demoro, invade mermo, domina geral. Se entrar na frente mete bala de "AK".

TRAFICANTE - Valeu, "preibóy". É nóis.

(no outro dia)

MÃE - Bom dia meu filho, que cara é essa?

FILHO - Nada.

MÃE - Você está bem?

FILHO - Tô bem, pô! Que saco, me deixa em paz, merda (a essa altura, o filho ainda drogado se tranca no quarto. A mãe preocupada bate da porta).

MÃE - Meu filho, estou indo pro trabalho, deixei seu café pronto, um beijo, fique com Deus.

FILHO - Não enche, vai logo (a mãe pega o carro e se dirige ao trabalho, quando de repente em uma rua qualquer).

TRAFICANTE - Paraê Tia, perdeu, perdeu.

TRAFICANTE - Sai... Sai... Sai... (o cinto de segurança demora a ser solto - uma rajada de tiros acontece)

(em casa o telefone toca)

FILHO - Alô!

POLICIAL - Quem fala?

FILHO - Quer fala com quem?

POLICIAL- Aqui é o Tenente Alberto, eu poderia falar com algum parente da Sra Rita?

FILHO- Po...polícia? (o filho desliga o telefone sem ouvir o policial. Ele sai de casa pra comprar mais pó. Logo a frente tem uma visão terrível)

FILHO - Mãeeeeeeee ! Não! Não!

FILHO - Como isso pode acontecer?

POLICIAL- Sinto muito, traficantes tentaram roubar o carro de sua mãe pra invadir um morro, eles a mataram.

FILHO - Mãee! Nãão....

" Quem compra drogas patrocina a violência."

Haroldo
Enviado por Haroldo em 01/06/2007
Código do texto: T509413