Luz de menos, dia de mais.

Um trovão bagunçou a tarde.

Um trovão que durou mais que o normal.

Três minutos numa distância a mais de 80km, levaram duas vidas embora.

Duas vidas que acabam, e mais de cem que são destroçadas inesperadamente.

A escuridão toma conta e ninguém sabe exatamente o porquê.

A noite se prolonga e as estrelas, nunca percebidas, são como imãs para os olhos.

Céu e terra, são um só. Não há nada, a não ser as chamas de velas que iluminam salas, cozinhas e proporcionam um contato humano, real, quente, próximo, sincero.

Espaços não explorados, conversas adiadas, silêncio torna-se oração.

As ruas estão quase vazias. Nos olhares a mesma esperança. O mesmo desejo.

A vida segue, em velocidade reduzida. A vida é vivida, em segundos que parecem anos.

A manhã demora a chegar, todos dormem cedo.

Muitos são castigados pelo vício à tecnologia, mas ninguém morre.

A comodidade nesse caso é maravilhosa, pois aprende-se a dar valor à outras coisas.

Poucos reféns do vício têm a consciência desse presente. Poucos vão agradecer pelo som daquele trovão ter levado apenas a luz.

A tristeza instalada não muito longe dali, junto ao retorno da energia, deixará marcas que nem o maior tempo do mundo irá curar. Vidas levadas por um tornado.

Mas a vida segue, com ou sem luz. O material se constrói de novo.

A lição foi escrita, lida e armazena quem fez o dia ser demais!

Taie
Enviado por Taie em 21/04/2015
Código do texto: T5215275
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