Advertência

Houve uma certa época,

Que o Homem se esqueceu,

Ou debaixo de sua copa,

Simplesmente adormeceu.

Sonhou um tal Universo...

Queria entender do Espaço,

Tanto na sua Total Expansão,

Como na sua menor Partícula.

Foi personificando sua Máquina,

De parafuso em parafuso,

Porcas lubrificadas no óleo,

Aços e aços polidos na lixa...

Peça em peça para torna-la viva,

Anotando tudo, mudo, na ficha,

Atento, adentro, na madrugada,

Sem se afastar para nada,

Antes que a tornasse completa...

Até um filho fora esquecido,

Que dirá flores e campos!

Tudo em nome do futuro,

Do Cume que parecia findar,

Pela grande matéria Ciência!

Dos males, o qual é ínfimo,

Quase sempre é o mal maior!

Em uma Noite, entre luzes e cores...

Talvez Dia, o Sol também esquecido!

Ouviu, qual um Coração a palpitar,

Um clic clic, do invento totalizado,

Na sua forma tétrica e arrepiante!

Fora aí, que ele sentiu a Paz...

Que pena!

Mas de repente ele se acordou,

Embora, ileso deste envoltório,

Carregado apenas de eletricidade...

E num mísero susto, quase tomba,

Pelo que lhe parecia lucro... Progresso...

Havia, era construída a BOMBA!

Que debatida... imaginada... condenada...

Não haveria de trazer solidariedade...

Mas dos incrédulos... ambiciosos... cegos,.

Aprovada por seus prismas,

Que tempos vindos, mais tarde, (1945)

Veio a engolir a Hiroshima, Nagasaki,

Que ainda, hoje, a chama arde!

Chora uma humanidade inteira,

Mas exigindo sempre, evolução!

Como segura trigos na peneira,

Se o mal camufla-se na Razão?

Acorda Homem!

Antes que fique bem mais tarde!

Antes que o Ar fique tomado de fumaça!

O Sonho seja consumido pela Guerra!

E o Amor

Expelido, qual uma insignificante Bomba!