RAZÃO DE VIVER

Estar vivo deveria ser, por si só, uma razão de viver.  Nosso respirar é dádiva preciosa que recebemos do Criador, mas é algo tão natural que nem notamos.  Sequer refletimos sobre o valor do presente que nos foi dado. Não nos basta. Precisamos de uma razão palpável. Tanto é assim que podemos estar vivos sem viver. Sem um sentido para as nossas vidas,  somos meros seres viventes que só estamos no mundo porque ainda não exalamos o último suspiro. Espiritualmente, já estamos mortos. Somos uma multidão de januárias caricatas debruçadas nas janelas do desalento, vendo a vida passar.

A vida precisa ter um sentido, uma mola propulsora que nos dê força e coragem para ir em frente. E essa força não é a mesma para todas as pessoas, mas é, certamente, o alvo do amor de todos nós. Para uns, são os filhos. Para outros, os pais. Pode ser marido, mulher, família, profissão, sonhos. Ou tudo isso junto. É essencial que o ser humano tenha uma razão para viver.

Para não nos perdermos de nós mesmos, especialmente quando atingidos pelas adversidades, precisamos de um sentido para nossas vidas. Para se ter uma razão de viver é necessário saber viver, extraindo de cada instante da vida tudo o que ela tem de mais precioso. Saborear as coisas simples sentindo na boca um gosto de ambrosia. Retribuir cada gota do amor recebido com um manancial de afeto. Transitar pelas glórias do mundo sem nenhum resquício de soberba. Valorizar as amizades. Permear nossa vida pelos bons sentimentos.

Enfim, aliada a essas razões, precisamos de uma que suplante a todas. Uma razão maior, universal. Esse sentido grandioso só é possível encontrar em Deus. Ele é força, abrigo, acalanto, consolo. Somente Deus pode estar conosco em todos os momentos da nossa vida, ainda que muitas vezes não o percebamos. Por Ele, nunca seremos abandonados, pois ele é misericordioso e eterno. Apenas tendo Deus como nossa suprema razão de viver, estaremos, de fato, vivendo.