ACHEI UM DINHEIRO E NÃO VOU DEVOLVER ...

ACHEI UM DINHEIRO E NÃO VOU DEVOLVER.

Procuro o dono para entregar ou não?

Honestidade ou Merecimento?

De: João Batista de Paula – Escritor e Jornalista.

O mundo é a soma de indivíduos. E cabe a cada um de nós ser digno a tal ponto de praticar a honestidade, sem causar sofrimento ao próximo e nem gerar in felicidade.

Um amigo chegou para mim e disse que havia encontrado uma boa soma em dinheiro. Queria saber minha opinião, se ele deveria procurar o dono ou ficava com a importância para ele, objetivando resolver as pendências existências.

Tenho dito: Cada coisa tem seu o seu sabor todo especial.

Veja bem: o cidadão se encontra cheio de problemas, vivendo naquele ambiente infernal, com doença pobreza e conflito. Ele acaba de achar uma importância em dinheiro, o que vai lhe tirar daquele estado de espírito sofredor, doentio, cheio de conflito com contas para pagar de aluguel, telefone, feira, luz, água, farmácia, etc.

Então, vai pagar as contas ou vai sair procurando quem perdeu o dinheiro?

Pagar às contas ou procurar o dono do dinheiro através dos rádios, jornais ou cartazes informando que achou o dinheiro e quer devolver o mesmo para quem perdeu.

É claro que quem encontrou o dinheiro fica muito feliz, em estado de gozo, alegre, satisfeito e saltando de felicidade, porque encontrou a feliz oportunidade de suprir necessidades que estão lhe abreviando os dias por causa de tantas preocupações.

Por outro lado, quem perdeu o dinheiro deve se sentir infeliz, muito chateado, muito infeliz porque perdeu seu dinheiro que era para pagar também suas contas, despesas de viagens, e outros compromissos.

A infelicidade e o sofrimento são notórios para quem tem perdas e danos... Uma cena infernal e de sofrimento: é a perda ou o dano.

Uma pessoa está muito feliz porque achou dinheiro...

Uma pessoa está muito infeliz porque perdeu dinheiro...

O Bem e o Mal, o Céu e o Inferno, a Fé e o Medo; tudo em conflito... Na mente humana.

É claro que tudo tem um aspecto moral, justo e de merecimento, caráter, honestidade, visão espiritual e de Deus.

Como julgar? Cabe a Deus o Julgamento...

Então, meu amigo da inquisição, prefiro acreditar na minha visão espiritualista, no bom senso, na lei do retorno e do merecimento individual de cada um de nós para com a vida que levamos e edificamos.

Se eu achei o dinheiro, uma jóia, é porque tive o merecimento de achar e ser contemplado com aquela oferta. Por isso, o momento de Regozijo e felicitações.

Quem perdeu o dinheiro ou outro bem, também teve o merecimento dele, talvez, para pagar algumas máculas, ou se livrar de algo que um dia tomou posse indevidamente.

Creio que a atitude é de agradecer a Deus, pela feliz oportunidade de ter achado o dinheiro e poder suprir as necessidades que estavam gerando infelicidade.

Orar e agradecer, bem como, pedir a Deus, que alivie o sofrimento de quem perdeu o dinheiro e possa ser elevado algum nível de merecimento feliz.

Acredito que achado, não é roubado. E sair por aí dizendo que achou um dinheiro, perguntando quem foi quem perdeu; para poder entregar, não será prudente, vez que, podem aparecer dezenas de perdedores.

Se você achou, não deve nem cair no papo do pastor que pede que faça a doação dos dez por cento para a igreja ou faça a doação da metade do dinheiro, vez que, o dinheiro foi achado e não conquistado através do trabalho árduo.

Essa questão de honestidade, sinceramente, está associada ao medo de ir para o inferno e perder a vez de chegar aos céus; ou que devolvendo o dinheiro, será recompensado por Deus ou pelo perdedor, que vai ficar tão feliz porque reencontrou seu dinheiro.

Então, a fé é o único caminho para obtermos tal aprovação de consciência. Na verdade, sem fé não há medo.

E nesta realidade tal como ela é, em que vivemos, uns riem, outros choram; uns ganham, outros perdem; uns nascem, outros morem; uns são ricos, outros são pobres; uns são altos, outros são baixos. Uns comemoram o sucesso e os perdedores se justificam.

Um homem achou um tesouro e saiu correndo do local.

Dois ladrões barraram ele e perguntaram: “Está correndo e assustado por quê?”. Ele respondeu: “ Estou correndo da morte.

Achei um tesouro e fiquei com medo de morrer”.

Os dois ladrões, riram e disseram: “ Este homem é um tolo”.

Eles soltaram o homem e foram conferir o tesouro que o homem tinha deixado para trás e perceberam que, realmente, tratava-se de uma fortuna. Resolveram dividir entre si, mas como passaram dias dividindo o dinheiro e o tesouro; chegaram o cansaço, a fome e a sede.

Os ladrões decidiram no par e no impar quem poderia ir na cidade comprar comida e água, para que os dois pudessem continuar com a divisão dos bens.

A esperteza de que ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão, chegou na mente de um deles. O que ficou vigiando a fortuna, pensou assim : “ Quando meu amigo retornar, mato-o com uma paulada; comerei, beberei, vou ficar rico sozinho”.

Já o outro ladrão, dando uma de espertalhão, na cidade, pensou: “ Vou comer bem e bastante, para agüentar ficar dias sem comer. Vou colocar veneno na comida,quando meu colega comer vai morrer envenenado. Então, serei rico sozinho e dono de toda fortuna”.

E assim... se procedeu.

Quem ficou vivo foi o homem que os dois ladrões chamaram de tolo.

João de Paula
Enviado por João de Paula em 29/08/2015
Reeditado em 29/08/2015
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