NIRVANA
Nem sempre caminhar a dois é sinal de felicidade. Não devemos ter ou ver no outro um gancho para nossa própria felicidade, mas buscar desenvolver esta condição inicialmente e perseverantemente em nós. Estar feliz em si é uma condição que independe do outro.
É um exercício fascinante da vida, ser pleno e livre de ganchos. Estes, um dia poderão ir embora, não estar mais conosco e aí tudo se desmorona? Óbvio que, como a vida é irmanada e, por natureza gregária, estamos e sentimos falta do outro, mas é preciso ampliarmos o conceito e a função do outro. Nossa visão de felicidade ainda é pequena. Nosso prisma precisa ser ampliado.
Eu preciso sempre caminhar com o outro? A vida se torna mais bela sempre com o outro? As relações de gancho seriam expressões da felicidade? Passar pela estrada dessa vida necessariamente me faz conhecer e caminhar com muitas e inúmeras pessoas, mas o caminhar seguro ou não é de responsabilidade dos meus próprios pés, guiados com a ajuda da mente e do próprio coração. A condição Nirvana é individual, única, e com ela enfeito a minha vida e inevitavelmente a dos outros à minha volta.
Patos, 31 de maio de 2015.