Na noite!

Quando a noite chega os sentidos crepusculares penetram os mais densos pensamentos.

As mãos quentes ardem em gelo pela aproximação afetiva.

Os joelhos dobrados oram/rezam a essência do Ser em passagem.

Os sentimentos se (des)encontram na maior (im)perfeição.

Os olhos do leitor saltam pelas palavras para torná-las em novas pela empreitada dos ousados escritores.

As faces próximas se opõem. E as distantes ofegam pela certeza da ausência-presente.

O Ser em passagem reflete que o raiar será o universo mais próximo da Eternidade: como chegar a ela?

Com a noite, os segredos e discursos constituídos ao sol se revelam no encontro ágape/eros dos seres.

Os sons da noite são tão assustadores quanto seu mais profundo silêncio.

Quem dirá/ouvirá na/da noite os mais sinceros discursos/sentimentos?

Quem viverá na noite as maiores satisfações para o dia que romperá?

Será que a noite só será perfeita porque a essência do dia a espera?

A noite é a passagem.

Que venha a noite, sempre!

Rubens Martins
Enviado por Rubens Martins em 11/12/2015
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