Peito de Nordestino

Já dizia um certo sujeito homem: que coração é terra que ninguém reina, mas existe um coração nordestino que diria sabiamente diferente; coração é terra que bicho nenhum come, é deserto que sombra alguma se esconde, é morada de caatinga persistente ou diria ainda, que é solário do inferno, lugar onde o amor vai ter com os diabos quando está na ira.

O que mais pode arder num peito tão teimoso? Senão a crença por tudo que dá vida? Como a paixão e seus vassalos, como a fé e tua oração bendita?

Já dizia o sujeito de coração quente - Não há chuva que tire a poeira da manada dos sentimentos quando passa, não há eco de solidão que ache aconchego, muito menos compaixão que durma ao relento. Não há outro peito, que caiba tanto sofrimento, porque quando bate é pra doer, é para ter o de repente como seresta.

E assim é o peito de um nordestino: um sertão de esperanças entre lidas e lutas. Entre pulsar e repulsar... No peito de um Nordestino, há um coração que ama ardido.

Gita Habiba - Maio / 2015