Ando sem tempo...

Para te dar um abraço

Fazer-te um carinho

Ando correndo

O relógio é meu algoz

Me leva quase tudo

O que posso, divido

O que não posso, é dívida

Que o tempo faz contrair

O sol saiu, o céu se abriu, não vi

Era noite quando olhei

E as nuvens tinham coberto tudo

Como as cobertas que cobrem o corpo

Quando desmaia na cama depois do banho

Minha correria me faz sentir-me útil

Não sou fútil, banalidades não interessam

Mas é difícil conciliar tudo

A vida, a arte, os sonhos

E tudo passou tão depressa

Estou lá e cá

Estou cá e lá

Mas estou

E juntos caminharemos mais um ano

Se assim Deus nos permitir

Entre poemas, temas e problemas

Há de vir muitas alegrias

Mais um bocadinho de tempo

Para que as cobranças sejam pelo excesso

Não pela falta.