À altura

Carência é uma droga. Por que quando precisamos tirar alguém da mente, a infeliz da pessoa insiste em se trancafiar em nosso coração? Pior, esconde tão bem a chave, que não há santo que ajude. E por mais que queiramos esquecer, as benditas das lembranças estão lá pra mostrar que aquela ausência nunca fora tão presente. Nessa história, quem paga o pato é a mente, que não se desliga, se desencontra e se mantém a mil por hora, isso pegando leve. Tem dias que a intensidade do pensar é tanta, que mal dormimos. Quando dormimos, ainda sonhamos com o infeliz. Aí, o que fazer? Matar? Morrer? Às vezes nem assim. Numa dessas, o castigo seria tão grande que numa próxima vida, estaria o cretino lá para nos fazer passar pelas mesmas situações. Claro que essas palavras são fruto da carência. A minha é de sentimento, de reciprocidade. Mas essa é algo caro demais, num mundo de tantas pessoas baratas. O que me resta é esperar que o momento passe, que novos cheguem, mesmo que eu não saiba quanto tempo vão durar. Nem mesmo quais as consequências de uma "nova" velha fase terei que enfrentar.

TJ Torres
Enviado por TJ Torres em 14/02/2016
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