O TEMPO

Decorridos alguns anos, precisei retornar a uma determinada instituição médica de grande porte. Mas naquela manhã, ao adentrar na referida Clínica, quase que imediata e automaticamente, a minha percepção aguçada, sinalizou que as coisas por ali estavam significativamente diferentes, pelo menos do ponto de vista aparente. A equipe médica, o seu grupo de colaboradores, bem como os pacientes fidelizados, haviam sofrido involuntária e substancial TRANSFORMAÇÃO. Intrigada, mas ainda confusa, me esforçava para entender o que acontecera no interregno. Dividida entre o súbito desconforto, e a vontade de compreender o fenômeno, desconfiei que poderia começar por retroagir na corrente do tempo, percurso que logo me dispus a fazer. A esse respeito, posso antecipar que não poderia ter feito melhor escolha. A releitura da circunstância pretérita, e a leitura da situação contemporânea, viabilizaram-me subsídios suficientes para que de forma natural e suave, as ideias pudessem se comunicar, se entrelaçarem, fazendo real sentido. Já mais animada, consegui vislumbrar motivos plausíveis para a minha inquietação, felizmente, a consulta à corrente do tempo, restara satisfatória. Acerca de tal tema, pude então perceber, que aquela equipe médica austera, havia sofrido os efeitos implacáveis do tempo, padecido de uma TRANSFORMAÇÃO gritante, nada positiva. Os pacientes de outrora, igualmente afetados pelo fator temporal, chegavam auxiliados pelos filhos e/ou netos, geralmente conduzidos em cadeira de rodas. Os que faziam a instituição, ainda que em menor grau de prejudicialidade, também não haviam sido poupados. Enfim, conseguira compreender que fora aquela condição humana decaída, a razão dos meus pensamentos inquietantes. Ocorre que, apesar do estudo regular da Palavra de Deus ter anteriormente me revelado que somos herdeiros do pecado adâmico, que como consequência produz uma cadeia de acontecimentos indesejáveis, à guisa de exemplo, das doenças, da velhice e da própria morte, aquela realidade fática, pode amparar e solidificar a minha compreensão acerca de importantes mensagens divinas com ela relacionadas. Em outras palavras, relembrar, que mesmo quando alguém tem abundância, sua vida não vem das coisas que possui, que somente o conhecimento de Deus e do seu filho Jesus Cristo, produz vida eterna. Por sua vez, que se faz notável a conclusão do SÁBIO e RICO Rei Salomão, que após ter tomado consciência da transitoriedade da vida, assim se manifestou: "A maior das vaidades! TUDO É EM VÃO." Por tais razões, que trabalhemos em favor do tempo, de modo que possamos meditar nessas coisas, nos concentrar nelas, tendo bem em mente que "o tempo e o imprevisto sobrevêm a todos nós".

Olga Nobre
Enviado por Olga Nobre em 13/07/2016
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