QUEBRANDO PRECONCEITOS

A minha intenção ao escrever essa mensagem é mostrar como a nossa vida seria mais fácil, se expurgarmos do nosso meio todos os preconceitos existente entre nós.

Para tentar fazer uma exposição dessa mensagem irei usar como base o capítulo 4 do evangelho de João, mas precisamente no versículo 4 que diz “E era-lhe necessário passar pela província de Samaria.”

Para que entendamos essa passagem é bom informar que em Jerusalém havia uma rixa muito grande com as pessoas de Samaria por causa dos acontecimentos passados. Entre eles estão o fato de no ano de 720 a.C, Samaria fora invadida e derrotada pelos Assírios, sendo assim com o intuito de enfraquecer os israelitas, os mesmos foram deportados para a Assíria e no seus lugares pra habitar Samaria vieram povos pagãos. Esse fato fez com que o povo que morasse em Samaria não tivesse uma raça pura devido a miscigenação das raças. A partir de então foi criada uma grande barreira entre samaritanos e judeus.

Naquela época quando um judeu saísse da região da Judéia e quisesse ir até a Galileia, era necessário desviar de Samaria passando por fora do seu território. Esse desvio dobrava a distância percorrida da Judéia até Galileia, uma vez que Samaria ficava no meio.

Mas Jesus inconformado com essa situação e sabendo que lá estaria uma mulher que precisava da sua mensagem, aproveitou essa situação, e ao invés de fazer o desvio, resolveu atravessar Samaria, onde encontrou com a mulher trazendo a ela redenção. Quero poupar os comentários à mulher samaritana que é fruto de várias mensagens e focar no versículo mencionado anteriormente.

Trazendo esse contexto para os nossos dias, vemos que nos deparamos com tantas Samarias que na época de Jesus.

A Samaria do racismo. Ao pensar que antigamente era mais acentuado o preconceito para com as pessoas de cor escura, esquecendo que atrás da cor da pele existe um ser que merece respeito, amor, consideração. Mas que infelizmente em pleno séc. XXI isso ainda não tem mudado. É muito comum nas empresas pessoas negras ganharem menos do que as pessoas de cor clara. Uma pessoa a noite na rua de cor escura com mais facilidade será considerado um marginal pelas autoridades que fazem inspeção na cidade.

A Samaria de uma sociedade machista. Onde um homem pode fazer de tudo que por mais impura que seja a atitude é menos deprimente que se fosse uma mulher que estivesse na mesma situação. Atitude tão deprimente que uma mulher ao ter relação fora do casamento é taxada de prostituta, mas o homem na mesma situação não é taxado de prostituto. Infelizmente parece que a palavra prostituição tem conotação unicamente feminina.

A Samaria do impressionismo. Onde as pessoas são valorizadas não pelo que são e sim pelo valor da sua conta bancária nos bancos. Infelizmente é a crise existencial do SER e do TER.

Lembro-me na minha adolescência que algo me chamou muito a atenção e ficou gravado em minha memória que devo levar para a sepultura. Eu estudava no Metalurgia, e lá conheci um rapaz cujo nome era Railander, desde então nos tornamos amigos e através dele conheci toda a sua família. Teve uma época que estava eu, ele, sua mãe e sua irmã conversando na cozinha. Nesse tempo eu trabalhava numa empresa e ganhava pouco mais de um salário mínimo. Sua irmã já estava lecionando e de repente foi uma surpresa muito grande ao ver a mãe do Railander afirmando tal coisa. Ela disse simplesmente o seguinte “Gilson eu seria a mãe mais feliz desse mundo se minha filha casasse contigo.” Eu dei uma parada e de repente disse a ela assim, a senhora está doida, vai querer que sua filha me sustenta, pois ganho apenas o salário mínimo, tamanha foi minha admiração ao ver a mãe falando novamente “essa situação sua é momentânea, mas você é uma pessoa do bem, inteligente, esforçada, e junto com minha filha, vocês dois poderiam ser bem sucedidos.” Naquela hora observei que aquela senhora era desprovida de todo impressionismo mas me julgava pelo meu SER e não pelo meu TER. Aquela passagem me marcou profundamente, me sentir uma pessoa valorizada, que mesmo não tendo uma conta rechonchuda, tinha pessoas do bem que acreditavam em mim.

O mundo seria tão melhor se esses preconceitos fossem abolidos do meio da sociedade, com certeza faríamos menos desvios e nos desgastaríamos muito menos. Quem sabe se olhássemos mais para o Mestre seríamos capazes de repudiar situações como essas.

Simplesmente Gilson
Enviado por Simplesmente Gilson em 05/08/2016
Código do texto: T5719960
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