Minha criação foi na mangueirada

Sabe aquelas mangueiras de chuveiro? Então, já apanhei muito com elas. Meu pai descia a mão, sem dó.

O curioso é que não adiantou. O que eu quis pra mim, o que defendi, continuo defendendo. Quando alguém põe algo na cabeça e se interpõe ao que um pai, uma mãe, um padre, um bispo, um professor, um empresário, um chefe, um senhor de escravos acha como certo, nem mangueirada, nem paulada, nem tortura conseguem reverter. Talvez com a morte. Mas se antes da pessoa ter morrido, a ideia tiver se proliferado, talvez a morte não tenha significado um ponto final.

Pois então, queridos e queridas, por favor, não escolham o time dos seus filhos, a religião, a profissão, com quem vão se relacionar, quem serão os amigos... ao invés disso, mostrem os caminhos, TODOS os caminhos possíveis, não só com os benefícios, mas também os riscos. Vão falar sobre religião? Defender alguma? Mostrem também os pilantras que se beneficiam em nome dela. Sejam honestos. Vão falar sobre drogas? Sim, FALEM. Orientem. Proibir é pesado. Proibir pode até despertar mais curiosidade e criança / jovem querer experimentar.

Com mais conversa, mais tolerância, mais compreensão ao novo e ao diferente, acreditem: teremos menos baleias azuis por aí.